ATA DA REUNIÃO DE INSTALAÇÃO DA PRIMEIRA COMISSÃO
REPRESENTATIVA DA DÉCIMA QUINTA LEGISLATURA, EM 07-01-2009.
Aos sete dias do mês de janeiro do ano de dois mil e
nove, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Comissão
Representativa da Câmara Municipal de Porto Alegre. Às nove horas e trinta
minutos, foi realizada a chamada, respondida pelos Vereadores Adeli Sell, Airto
Ferronato, Carlos Todeschini, João Carlos Nedel, Juliana Brizola, Maria
Celeste, Pedro Ruas e Sebastião Melo, Titulares, e pelo Vereador João Antonio
Dib, Não-Titular. Constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente
declarou abertos os trabalhos da presente Reunião e instalada a Primeira
Comissão Representativa. Ainda, durante a Reunião, compareceram os Vereadores
Dr. Raul, Dr. Tessaro, João Pancinha, Reginaldo Pujol, Tarciso Flecha Negra,
Toni Proença e Waldir Canal, Titulares, os Vereadores Elias Vidal e Mauro
Pinheiro e a Vereadora Sofia Cavedon, Não-Titulares. Do EXPEDIENTE, constaram:
Ofícios nos 096/08, do Senhor Fernando Antônio Brandão,
Diretor-Executivo do Fundo Nacional de Assistência Social; 338/08, do Senhor
Valdemir Colla, Superintendente Regional da Caixa Econômica Federal – CEF –;
4796/08, da Senhora Fernanda Almeida Cappelini, Supervisora de Produtos de
Repasse da CEF; 4969/08, do Senhor Roberto Maciel Zeni, Gerente de
Desenvolvimento Urbano da CEF; 6494/08, do Senhor João Francisco Goulart dos
Santos, Diretor-Substituto do Departamento de Execução e Avaliação do Plano
Nacional de Segurança Pública do Ministério da Justiça; 1406616 e 1407203/08,
do Fundo Nacional de Saúde do Ministério da Saúde. A seguir, por solicitação
dos Vereadores Adeli Sell e Pedro Ruas, foi realizado um minuto de silêncio em
homenagem póstuma ao Senhor Oliveira Ferreira da Silveira, falecido no dia
primeiro de janeiro do corrente. Em continuidade, o Senhor Presidente convidou
os Senhores Vereadores para reunião com o Senhor Sérgio Trindade, ganhador do
Prêmio Nobel da Paz do ano de dois mil e sete, às quinze horas de hoje, e para
reunião acerca de melhorias na TVCâmara, às onze horas e trinta minutos de
hoje, ambas a serem realizadas no Salão Nobre Dilamar Valls Machado. Também,
foi apregoado o Ofício nº 007/09, do Senhor José Fortunati, Prefeito Municipal
de Porto Alegre em exercício, informando que o Senhor Prefeito Municipal José
Fogaça afastou-se do Município no dia de ontem, quando esteve no Município de
Bagé, por motivos particulares. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Adeli Sell
discorreu acerca de problemas existentes em Porto Alegre nas áreas de
transporte público e trânsito de veículos, protestando contra a indicação do
Senhor Luiz Afonso Senna para continuar na direção da Empresa Pública de
Transporte e Circulação. Nesse contexto, criticou as condições de transporte
por ônibus para deslocamento dos moradores do Extremo-Sul ao Centro da Cidade.
O Vereador Airto Ferronato, referindo-se ao pronunciamento do Vereador Adeli
Sell, em Comunicações, sustentou que os Senhores Vereadores devem fiscalizar a
qualidade dos serviços prestados pela Prefeitura Municipal de Porto Alegre.
Também, agradecendo a confiança depositada em Sua Excelência por seus
eleitores, afirmou que pautará seu mandato nesta Casa especialmente nas
questões tocantes ao Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano Ambiental e ao
sistema tributário vigente. Após, o Vereador João Antonio Dib formulou
Requerimento verbal, solicitando que, durante os trabalhos da Comissão
Representativa, o tempo de pronunciamento dos Senhores Vereadores em
Comunicações fosse de cinco minutos, tendo o Senhor Presidente informado que
tal proposta seria tratada em reunião da Mesa Diretora com o Colégio de Líderes
a ser realizada no dia de hoje. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Carlos Todeschini
questionou o cercamento do Centro Popular de Compras e pronunciou-se em relação
a problemas existentes no local, como alagamentos verificados em decorrência da
chuva ocorrida anteontem. Ainda, reproduziu reclamações recebidas pela Comissão
de Defesa do Consumidor, Direitos Humanos e Segurança Urbana, no ano passado,
relativas a eventuais falhas na circulação de consumidores pelo Centro Popular
de Compras. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Elias Vidal manifestou sua
satisfação em integrar a Legislatura que se inicia nesta Casa, considerando-se
honrado pela oportunidade de continuar no exercício da vereança. Além disso,
relatou os trabalhos da Comissão de Economia, Finanças, Orçamento e do MERCOSUL
durante o ano de dois mil e oito, quando foi presidida por Sua Excelência,
agradecendo o apoio recebido dos integrantes dessa Comissão durante esse
período. O Vereador João Antonio Dib salientou que as atribuições dos
Vereadores incluem, além da proposição de novas leis, a fiscalização dos atos
do Poder Executivo, julgando esta tarefa mais relevante do que aquela. Ainda,
procedeu à análise da execução orçamentária da Prefeitura Municipal de Porto
Alegre relativa aos primeiros onze meses do ano de dois mil e oito.
Finalizando, registrou que este ano deve ser produzido o Plano Plurianual e
revisado o Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano Ambiental. Em COMUNICAÇÕES,
o Vereador João Carlos Nedel defendeu que seja novamente constituída a Frente
Parlamentar do Turismo nesta Casa, destacando a influência do desenvolvimento
dessa área para o crescimento econômico da Cidade. Também, elogiou a qualidade
dos alimentos produzidos na Zona Rural de Porto Alegre e, finalizando, sugeriu
medidas à Secretaria Municipal de Obras e Viação em relação a problemas nas
calçadas e à Empresa Pública de Transporte e Circulação por deficiências na sinalização
de trânsito. A Vereadora Maria Celeste exprimiu seu orgulho em assumir este ano
o cargo de Líder da Bancada do PT, afirmando que os integrantes dessa Bancada
continuarão a pautar sua participação neste Legislativo pela fiscalização dos
atos do Poder Executivo. Também, discutiu o Orçamento Municipal para o
exercício de dois mil e nove, opinando que os recursos alocados para alguns
programas a serem desenvolvidos pela Prefeitura Municipal são insuficientes. Em
COMUNICAÇÃO DE LÍDER, a Vereadora Maria Celeste, dando continuidade a seu
pronunciamento em Comunicações, contestou aspectos da execução orçamentária do
ano de dois mil e oito. Ainda, protestou contra ações militares de Israel
contra a Palestina, argumentando que retaliações a atentados terroristas não
devem atingir civis e alegando que ataques estão sendo realizados na Faixa de
Gaza, contrariando resoluções da Organização das Nações Unidas. Em
COMUNICAÇÕES, o Vereador Dr. Tessaro demonstrou sua satisfação por integrar o
grupo de Vereadores eleitos para a atual Legislatura nesta Casa e mencionou o
trabalho realizado como Diretor do Departamento Municipal de Habitação,
afirmando que, como Vereador, dará continuidade aos compromissos firmados com a
comunidade. Ainda, propugnou por ações em relação a deficiências existentes na
sinalização do trânsito em Porto Alegre. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador
Reginaldo Pujol discursou sobre sua ascensão ao cargo de Vereador da Câmara
Municipal de Porto Alegre, em decorrência da convocação do Vereador Kevin
Krieger ao Secretariado Municipal. Nesse sentido, analisou as responsabilidades
atribuídas aos integrantes desta Casa, principalmente no que se refere à
apreciação de proposições importantes para a Cidade, como o Plano Diretor, que
deverá ser votado neste ano. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Pedro Ruas comentando
a criação e atuação do PSOL no País, destacou ser a primeira vez que esse
Partido está representado na Câmara Municipal de Porto Alegre. Sobre o tema,
afirmou que atuação de Sua Excelência e da Vereadora Fernanda Melchionna se
dará no sentido de fiscalizar os atos do Executivo Municipal e defender os
interesses da população porto-alegrense, mas, também, discutir os problemas que
aflijam o ser humano e o Planeta como um todo. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador
Pedro Ruas, dando continuidade a seu pronunciamento em Comunicações, denunciou
ataques e ofensas que teriam sido perpetrados contra si e contra a Vereadora
Fernanda Melchionna, em razão da posição tomada por Suas Excelências contra o
extermínio de palestinos na Faixa de Gaza por parte das forças armadas de
Israel. Nesse contexto, referiu-se ao número de mortos e feridos, especialmente
de civis palestinos, naquela região do Oriente Médio. Em COMUNICAÇÕES, o
Vereador Tarciso Flecha Negra traçou um comparativo entre a emoção de estrear
como Vereador e os preparativos para jogar uma grande partida de futebol,
lembrando atuações de Sua Excelência como jogador do Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense. Ainda, agradeceu os eleitores que
votaram em seu nome e a recepção calorosa que teve nesta Casa, declarando que
pretende pautar seu trabalho principalmente em prol das crianças necessitadas e
contra as injustiças sociais. O Vereador João Pancinha externou seu
orgulho por fazer parte dos Vereadores eleitos para o mandato neste
Legislativo, esclarecendo que, por ter integrado a equipe de Governo do
Prefeito José Fogaça nos últimos quatro anos, conhece toda a Cidade e, assim,
espera representar bem os porto-alegrenses. Nesse sentido, alegou que, devido a
sua formação como Engenheiro Civil, irá acompanhar com bastante atenção as
questões técnicas em discussão na Câmara Municipal de Porto Alegre. O Vereador
Waldir Canal enfocou a evolução, no cenário político nacional, do Partido
Republicano Brasileiro, do qual Sua Excelência faz parte. Também, afirmou que
essa sigla irá adotar uma postura independente neste Legislativo, com especial
dedicação aos assuntos relacionados com o desenvolvimento do Município, como o
Plano Diretor e a situação do trânsito de automóveis. Finalizando, cobrou maior
atenção do Poder Público com problemas verificados na Ilha da Pintada. O
Vereador Dr. Raul ressaltou a importância de ter sido reeleito como Vereador de
Porto Alegre, a fim de dar continuidade a seu trabalho na área da saúde e meio
ambiente, declarando que irá lutar pela criação do Centro de Planejamento
Familiar e pelas Unidades de Pronto Atendimento 24 Horas no Município. Também,
parabenizou a nova equipe que assumiu a Associação dos Servidores do Grupo
Hospitalar Conceição, pela relevância dos trabalhos prestados por essa
entidade. A Vereadora Sofia Cavedon analisou deficiências constatadas por Sua
Excelência no Centro Popular de Compras, informando que desde o início vem
acompanhando essa obra. Nesse sentido, citou alagamentos verificados no local
em decorrência das chuvas, irregularidades na implantação de área interna para
estacionamento e propaganda de refrigerante na fachada que dá para a Avenida
Júlio de Castilhos. Além disso, discutiu os lucros a serem gerados pela empresa
que vai administrar esse empreendimento. Às doze horas e seis minutos, nada
mais havendo a tratar, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos,
convocando os Senhores Vereadores Titulares para a Reunião Ordinária de amanhã,
à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Sebastião Melo, Adeli
Sell, João Carlos Nedel e Tarciso Flecha Negra e secretariados pelos Vereadores
Dr. Tessaro e João Carlos Nedel. Do que eu, Dr. Tessaro, 1º Secretário,
determinei fosse lavrada a presente Ata, que, após distribuída e aprovada, será
assinada por mim e pelo Senhor Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Adeli
Sell está com a palavra.
O SR. ADELI SELL: Sr.
Presidente, não é do meu feitio, mas, dada a importância que teve o cidadão
Oliveira Silveira na vida desta Cidade - poeta, professor, nós devemos o dia 20
de novembro, Dia da Consciência Negra, a esse cidadão, que Porto Alegre perdeu
na semana passada -, creio devemos uma homenagem a ele, por isso requeiro um
minuto de silêncio. Obrigado.
O SR. PEDRO RUAS: Sr.
Presidente, o PSOL também se associa à proposta do Ver. Adeli Sell, reconhece
do homenageado os méritos e as virtudes.
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Deferimos o
pedido.
(Faz-se um minuto de silêncio.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Srs.
Vereadores, sobre a agenda da Casa hoje quero ratificar um convite já enviado
às caixas eletrônicas dos Srs. Vereadores: às 15h estaremos recebendo, na sala
da presidência da Casa, o Engenheiro Sérgio Trindade, ganhador do Prêmio Nobel
da Paz de 2007, juntamente com Al Gore, ex-Vice-Presidente dos Estados Unidos.
Ele está visitando Porto Alegre, é brasileiro, radicado nos Estados Unidos há
muito tempo, ele vem tratar do tema do meio ambiente. Então, os Vereadores
estão devidamente convidados para participarem, às 15h, na sala da presidência
da Casa, do encontro.
Em
segundo lugar, quero comunicar que às 11h30min estaremos na sala da presidência
tratando da melhoria da TVCâmara. Os Vereadores que tiverem interesse também
estão convidados a participar para dar contribuições a essa matéria.
Acusamos o recebimento do Ofício do Prefeito em
exercício, Sr. José Fortunati (Lê.): “Ao cumprimentá-lo cordialmente, comunico
a V. Exª e aos demais Edis, conforme prevê a Lei Orgânica do Município de Porto
Alegre, que o Excelentíssimo Senhor Prefeito estará ausente do Município nesta data, tendo viajado
de inopino a Bagé por passamento de familiar naquela municipalidade. Desta
forma, assumirei, na vacância, o exercício da titularidade no Executivo Municipal,
escusando-me pela excepcionalidade de comunicar o fato a Vossa Excelência em
face da natureza do ocorrido. Atenciosamente, José Fortunati.” Datado de 06 de
janeiro de 2009.
Passamos
às
O
Ver. Adeli Sell está com a palavra em Comunicações.
O
SR. ADELI SELL: Sr.
Presidente, Ver. Sebastião Melo; colegas Vereadores e Vereadoras, é uma
satisfação iniciar o ano de 2009 nas Sessões da Comissão Representativa fazendo
pronunciamento. Quero desejar aos colegas uma convivência proveitosa, com muito
debate, com muitas questões, com muitos encaminhamentos, porque a Cidade
necessita de um conjunto de questões.
Eu
quero começar com uma das questões que considero um dos maiores problemas da
atualidade no Município: a circulação e o transporte. Porto Alegre tem, segundo
registros do Detran, mais de 650 mil carros registrados. Mas, por causa dos
valores do IPVA, muitos carros de porto-alegrenses, principalmente de empresas,
estão registrados em outras cidades. Algumas grandes empresas de transporte têm
seus carros registrados na cidade de Curitiba, onde o IPVA é mais barato, entre
outras cidades do Brasil.
Tem
a questão dos nossos ônibus. Eu começo com a Zona Sul, mais especificamente com
as pessoas que moram no Rincão. São trabalhadores que levantam muito cedo,
muitas vezes se deslocam para o Centro da Cidade, quando não pegam o trem para
trabalhar na Região Metropolitana. O ônibus São Francisco já vem lotado pela
Estrada Afonso Lourenço Mariante, porque ele passa pela Cooperativa Quatro de
Junho, passa pela Quinta do Portal, já chega ao Rincão hiper, superlotado, além
disso vai até o terminal do Belém Velho, que é uma barbaridade. Eu gostaria que
as senhoras e os senhores pudessem visitar de madrugada, ou no final da tarde,
no início da noite, o terminal de Belém Velho: é tudo aquilo que nós não
podemos aceitar em Porto Alegre na questão do transporte de passageiros, é um
desdém, não há fiscalização da Prefeitura.
Durante o ano de 2008, debati muito com a EPTC e
tenho convicção de que aquilo que eu dizia continua sendo válido, porque
infelizmente errou o Prefeito Municipal; acertou em algumas indicações para
Secretários, mas errou ao manter o Secretário da EPTC. A EPTC não existe! E,
por incrível que pareça, Ver. Todeschini, a EPTC me dá um comunicado no dia 27
de dezembro dizendo que fez a fiscalização da Linha Transversal 5 e multou a
Carris. A Prefeitura multa a Prefeitura! E eu quero dizer desta tribuna que, em
todas as instâncias que eu puder me valer enquanto Vereador, enquanto cidadão,
a Prefeitura, a atual gestão desastrosa da Carris... Não vão destruir a Carris,
porque antes de destruir a Carris... Tenho certeza de que, com pressão popular
e com as questões que levantei durante quatro anos e que vou continuar
levantando, essa Diretoria da Carris não se sustentará; é insustentável, como
também são insustentáveis os atuais dirigentes da EPTC.
E começo o ano por essa questão, pois esse é um
grande problema na cidade de Porto Alegre. Não bastasse a questão que coloquei
aqui do Rincão, do Belém, da Glória, não há diálogo com a Prefeitura para fazer
com que algumas linhas de ônibus de vários lugares ou passem pela Rodoviária ou
passem por aqui. Em gestões passadas eu lembro que os ônibus da Carris paravam
no Parobé, e a gente conseguiu trazer até aqui ao lado da Câmara, sem muita
lengalenga, sem muita discussão, pelo bom-senso. Hoje não existe bom-senso na
EPTC. Nós pegamos várias regiões da Cidade, Verª Maria Celeste, V. Exª conhece
bem a Região Norte, sabe do que estou falando, da tranqueira, dos problemas na
região do Porto Seco... As
pessoas que moram na Wenceslau, na Timbaúva, têm que correr, caminhar dois,
três quilômetros, para não chegarem tarde, porque aquele comboio, aquele
ajuntamento que o ônibus faz para desembocar no Terminal Rubem Berta é um escândalo,
como escândalo é o transbordo do Belém Novo.
Para
quem mora no Cantagalo, no Lami, no Belém, no Beco Chapéu do Sol, é uma
tragédia chegar ao Centro da Cidade. Isso que nós estamos com grande
possibilidade de termos a Linha 2 do Metrô, em 2013, já no Campus da UFRGS. Na Lomba do Pinheiro, por que foi tirado o ônibus
da Viçosa? O ônibus, quando chega à Viçosa, já vem lotado, já vem atrasado.
Agora inventaram algumas linhas rápidas que pegam as pessoas apenas em alguns
pontos; tudo bem, mas isso poderia ser melhor estudado. No caso, por exemplo,
da Glória, não há nenhum ponto das linhas rápidas que vem naquela intersecção
que vai para Teresópolis, e ali há um ajuntamento de pessoas, não há
planejamento na EPTC.
Mas,
quando se vê um dirigente da EPTC falando, a começar pelo seu Secretário, o
campeão das viagens, tanto que aqui ele já tem um nome especial: Luiz Afonso
“viajando” Senna, algo que foi agregado ao nome dele em função de tantas
viagens... E a EPTC esconde as viagens, a Prefeitura não diz, mas nós vamos ao
Ministério Público porque queremos saber para quê tantas viagens, à saúde de
quê, se aqui o caos do transporte coletivo é permanente, é permanente. Neste
ano de 2009, Verª Juliana Brizola - eu sei que temos outros problemas: a Saúde,
o péssimo atendimento, as filas, os idosos com problema de saúde -, queremos,
sim, estar com V. Exª acompanhando a luta pelo turno integral, bandeira de
Leonel Brizola, mas precisamos nos preocupar com o transporte coletivo dos
passageiros, porque hoje as nossas crianças vão espremidas nos ônibus. Muitas
vezes não conseguem o Passe, tudo demora, tudo é um problema, porque a EPTC é
um problema, não porque os funcionários sejam um problema, mas porque os
dirigentes são problema.
Ver.
Airto Ferronato, se V. Exª for à EPTC de manhã, verá que os funcionários chegam cedo lá
- a turma que trabalha no Setor de Obras, na Av. Ipiranga, e o pessoal aqui
mais para o Centro também. O pessoal chega às 8h30min. Eu fui várias e várias
vezes à EPTC e não vi nenhum dirigente, nenhum CC, nenhum Diretor chegar nesse
horário, nenhum! Como querem que uma Secretaria - Vereador madrugador, João
Antonio Dib, que pegava ônibus, quando era Secretário, no passado - funcione?
Eu nunca vi isso acontecer na atualidade.
O Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Adeli Sell, a informação que
nos trouxe o Dr. Afonso Senna é que, quando lhe perguntam, ele responde: “Eu
estou de Secretário, mas sou professor. Quem está de Secretário não é
Secretário, portanto não precisa ter horário”.
O SR. ADELI SELL: Exatamente, quem passou duas
vezes pela Secretaria Municipal de transportes, como V. Exª, Engenheiro João
Antonio Dib, sabe que não se pode gerir o transporte e circulação de Porto
Alegre não sendo Secretário, estando Secretário, viajando, dando palestras! E a
primeira coisa é aquele currículo maravilhoso: pós-doutorado! “Estudei em
Londres, em Leeds”! Não basta estudar em Leeds, em Londres; é
preciso botar o pé no chão, o pé no estribo, entrar no ônibus! Em todos os
debates que tivemos com os carroceiros, onde estava a EPTC? Ela não estava
porque não existe. Ver. João Pancinha, V. Exª sempre teve uma relação excelente
quando nós o procuramos no DEP. Eu estou falando a mais clara, absoluta,
cristalina e meridiana verdade. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Obrigado, Ver.
Adeli Sell.
O Ver. Airto Ferronato está com a palavra em
Comunicações.
O SR. AIRTO FERRONATO: Sr.
Presidente, meu ilustre amigo Nedel, quero dizer, doze anos depois de daqui ter saído, da minha satisfação
de voltar. Quero saudar todos os Vereadores e Vereadoras deste mandato, dizendo
que estive fora da Câmara fisicamente, mas sempre estive atento a tudo o que
acontecia na cidade de Porto Alegre. Quero trazer aqui um abraço todo especial
e carinhoso aos servidores, aos funcionários da Câmara Municipal e dizer do
belo convívio que tivemos quando aqui estive. Nos doze anos em que não estive
aqui na Câmara, sempre atuei politicamente. Concorri e por duas vezes fiquei
como Suplente - na última, como primeiro Suplente -, estive no DEP por quatro
anos; o que quer dizer, então, que sempre participei, atuei e estive junto às
questões da cidade de Porto Alegre.
Acompanhando
a manifestação do Ver. Adeli e até já tendo ouvido algumas questões com relação
ao Secretariado do Município de Porto Alegre, quero dizer que não conheço o
Secretário Senna pessoalmente. Agora, li o currículo do Secretário e entendi
que preparo técnico ele deve ter, parece-me que pode ter e tem. Então, vamos
acompanhar toda a questão, e, como sempre fiz aqui na Câmara, estarei junto aos
Vereadores, contribuindo com as questões do Município, enquanto Legislativo
Municipal, mas também não me afastarei de estar atento a tudo o que acontece no
Executivo do Município.
Nesta
minha primeira manifestação, eu quero registrar um agradecimento todo especial
ao povo de Porto Alegre, aos meus eleitores, dizendo que concorri em Porto
Alegre cinco vezes, elegi-me três e fiquei na suplência por duas vezes. Sempre
tive uma bela classificação, uma boa posição quando das nossas participações em
campanhas políticas. Então, o meu carinho, o meu registro todo especial ao meu
eleitor e ao povo de Porto Alegre.
Eu,
particularmente, entendo que algumas questões merecem um tratamento todo
especial, como a Saúde, a Educação, o transporte coletivo - já falou aqui
inclusive o Ver. Adeli -, e eu agregaria a Segurança da cidade de Porto Alegre
neste ano de 2009, são questões de extrema relevância. Eu começaria aqui com a
análise sobre o Plano Diretor, que vai ser, sim, um grande debate, produziremos
uma Peça legal bastante positiva para a Cidade. O Plano Diretor é uma questão
necessária, um Projeto de alta relevância e que merece, vai merecer e está
merecendo uma atenção especial. Na primeira reunião que tivemos aqui na Casa já
tratamos disso com a Mesa Diretora.
Outra
questão que eu também vejo como fundamental e que vai merecer uma atenção toda
especial nossa é a Copa do Mundo de 2014, porque, na verdade, as ações para a
Copa de 2014 já se anunciam, vão começar em 2009, são milhões de reais
aplicados na cidade de Porto Alegre. Então, acredito que a Copa do Mundo também
é um tema que vai merecer uma atenção toda especial de nossa parte.
Vou
encaminhando para conclusão da minha primeira manifestação tratando também do
que falou o Ver. Adeli Sell num dos primeiros momentos de sua fala, que é a
questão dos tributos, dos impostos no Município de Porto Alegre, aliás, na
Região Metropolitana. Eu já ouvi algum comentário e concordo com ele: nas
grandes cidades do País; não podemos mais pensar só na Cidade. É preciso
estudar também, acompanhar e ver soluções para a Região Metropolitana, no caso,
de Porto Alegre. Desde que assumi, lá em 1989, tenho dito que, com relação a
tributos, existe alguma coisa equivocada neste País. Trabalho na área há mais
de trinta anos, é um tema que conheço. A União abarca a grande fatia do bolo
tributário. A maioria do dinheiro dos recursos públicos - que vem de tributos -
vai para a União; logo a seguir para o Estado, também com grandes dificuldades,
e, com muito mais dificuldades ainda - porque tem a menor parte desse bolo -,
vem exatamente ao Município, onde as pessoas vivem, onde os cidadãos moram e
onde as coisas acontecem. Tenho dito que é preciso, lá na nossa Casa
Legislativa Federal, buscar alguma alternativa que traga mais recursos aos
Municípios, porque dos Municípios foram sendo retirados recursos, e esses
recursos foram transferidos para a União. Passa ano e sai ano, passa Governo e
sai Governo, e a situação se repete no mesmo patamar: grande volume de recursos
para a União e menos recursos aos Municípios.
Além disso, a outra questão desse nó é exatamente a questão de que os Municípios, numa guerra fiscal equivocada, atrapalhada e prejudicial aos munícipes, começam a concorrer reduzindo tributos e impostos para atrair investimentos. Quer dizer, retira-se investimento de um Município e se coloca investimento em outro, exatamente em razão da diferença tributária de alíquotas que esses Municípios aplicam.
Eu acredito que é necessário em Porto Alegre fazer um estudo, e essa proposta eu venho fazendo há quase vinte anos. A Prefeitura de Porto Alegre precisa fazer um estudo para analisar qual é a carga tributária de cada Município, ao menos na Região Metropolitana, para que se evite o que o Ver. Adeli Sell disse, que empresários de Porto Alegre, proprietários de veículos, vão emplacar seus veículos no Paraná. Um abraço e obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. JOÃO ANTONIO DIB (Requerimento): Sr.
Presidente, Ver. Adeli Sell; na Legislatura passada eu havia proposto que o
Presidente consultasse o Plenário para, em vez de usarmos dez minutos em
Comunicações, usássemos cinco minutos, o que possibilitaria que um maior número
de Vereadores pudesse trazer a sua voz, os seus problemas e as suas soluções.
Sugiro a V. Exª que seja consultado o Plenário para que, a partir de amanhã -
não hoje, pois já começamos com dez minutos -, cada Vereador utilize apenas
cinco minutos.
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Ver.
João Antonio Dib, como temos Reunião de Mesa e Lideranças hoje à tarde, eu vou
pautar essa questão, e amanhã o Plenário poderá se manifestar. Sim, Ver. Pedro
Ruas?
O
SR. PEDRO RUAS: Está superada
a questão.
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Obrigado.
O
Ver. Carlos Todeschini está com a palavra em Comunicações.
O SR. CARLOS TODESCHINI: Sr. Presidente, Ver. Adeli Sell; Sras
Vereadoras, Srs. Vereadores, aos novos Vereadores que iniciam os mandatos, as
nossas boas-vindas; aos telespectadores do Canal 16 e aos colegas que estavam
aqui na Legislatura passada, o nosso abraço.
Quero discutir aqui um assunto que é pauta desde
o ano passado, relativo ao CPC - Centro Popular de Compras -, ou o famoso
camelódromo. Tivemos a seguinte manchete ontem num jornal de importante
circulação estadual: “Camelódromo roda no teste da chuvarada”. O camelódromo,
que está com inauguração prevista para o dia 15, com as chuvas do final de
semana, ficou totalmente alagado. Imaginem
os senhores, as senhoras, se no dia 15, quando teremos a sua inauguração, os
ambulantes já estiverem instalados e chover, e alagar, o prejuízo que isso
trará! Há uma manifestação dos responsáveis pela obra e também da Associação
dos Ambulantes. “Não pode estar chovendo num espaço em que não era para
chover”, palavras de Juliano Fripp, Presidente da Associação Feira da Rua da
Praia. O arquiteto da SMIC admitiu que o acúmulo de água da chuva e a falta de
canalização contribuíram para o surgimento de pontos de alagamento no prédio,
mas, segundo ele, ainda falta finalizar a obra. Esse é um detalhe.
Quero
abordar um outro assunto também relativo ao camelódromo, porque esse foi um
tema tratado pela CEDECONDH, em especial durante o ano que passou. O camelódromo
é uma parceria público-privada, com investimento privado através de uma
concessão governamental, e a obra foi feita sobre a Praça Rui Barbosa, Ver.
Pedro Ruas, sem licença, sem autorização e, creio, sem a desafetação da Praça.
Aí há uma irregularidade, no meu entendimento, grave, porque não poderia
qualquer ente público ou privado edificar em cima de uma praça, quanto mais
fazer o que está sendo feito. Vejam só: se os senhores, senhoras passarem pela
região, poderão verificar que, “na mão grande”, no calar da noite e antes do
amanhecer, foi feito um cercamento no entorno de onde era a Praça, nas bordas,
o que significa uma violência, é a restrição de um espaço que ainda é público,
no meu entendimento! Significa um cercamento ilegal, pois aqui a lei determina
que, para cercar praças e parques, é necessário lei específica e plebiscito.
Pois, não houve nem licença ambiental, nem lei específica e muito menos
plebiscito, e lá está cercado, Ver. Pedro Ruas. Anoiteceu aberto e amanheceu
cercado. Uma empresa foi lá com toda a violência, com todo o maquinário, com
caminhões, com um aparato de guerra e cercou o espaço, para embretar as
pessoas.
E,
ali ao lado da Praça, na outrora Praça Rui Barbosa - ou ainda Praça, porque ela
não foi desafetada, isso requer lei específica -, tem a Galeria Central. São 88
lojas tradicionais da Cidade na Galeria Central de Porto Alegre, e a maior
parte, senão a totalidade dos lojistas, ou dos comerciantes, ou das lancherias,
ou de qualquer atividade localizada naquele condomínio, está operando com
grandes prejuízos. Uma grande parte deles está quebrando, porque foi feita uma
interrupção na passagem, na circulação das pessoas através do embretamento
produzido, ilegalmente, naquela Praça. Durante o mês de setembro, estivemos lá,
enquanto Comissão de Direitos Humanos e do Consumidor, a convite do síndico do
condomínio, sendo a visita presidida pelo Ver. Guilherme Barbosa, à época nosso
Presidente da CEDEDONDH, e foi também convidada a SMIC. A SMIC esteve lá no dia
anterior para tratar do assunto, porque era para ela se fazer presente, uma vez
que isso foi agendado e tratado aqui na Comissão, para que se produzisse um
acordo. Alguns comerciantes se contentavam com a abertura de portões para o
trânsito de pessoas, para que não fosse impedido o fluxo dos consumidores, dos
freqüentadores da Galeria Central.
Pois
bem, o que aconteceu? A SMIC foi lá um dia antes - não na quarta-feira, quando
estava agendada a ida da Comissão, mas esteve lá o Secretário da SMIC à época -
e prometeu que seriam feitas as ações e tomadas as medidas para impedir que o
corte do fluxo das pessoas acontecesse. Pois quero que os senhores e as
senhoras visitem a Galeria Central, falem com os comerciantes - são 88
comerciantes - para ver o que eles estão sentindo e como estão sobrevivendo lá.
Entendo que a obra, além de ilegal, irregular - por não ter tido os
licenciamentos devidos para cercar uma praça, ou seja, sem lei, sem plebiscito
-, ainda por cima leva, como conseqüência, à iminência de quebra, de falência
aqueles lojistas, que ocupam um espaço muito tradicional da nossa Cidade - a
Galeria Central -, que são as lancherias, os restaurantes, as lojas, enfim,
atividades de várias naturezas ali se situam.
Então,
nós precisamos, em primeiro lugar, de uma satisfação da SMIC, porque a SMIC foi
lá e se comprometeu que faria a abertura de portões para o livre trânsito das
pessoas e dos consumidores, e nada disso foi feito até agora. Estive lá no
último dia do ano, fazendo uma visita, e a situação é calamitosa, a situação econômica
dos condôminos da Galeria é muito grave.
O
Sr. Airto Ferronato: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Eu estive no Centro ontem à
tarde, na Rua Uruguai, no 10° andar de um prédio, e o que se via no último
bloco, no último lance de piso do camelódromo, eram muitos veículos
estacionados. Eu não sei se aqueles veículos estavam ali por alguma ação
qualquer, ou se ali teríamos também estacionamento para veículos.
O
SR. CARLOS TODESCHINI: Obrigado
pela contribuição, Ver. Airto Ferronato, que retorna à Casa.
Esse
é um objeto de questionamento do Ministério Público, porque a concessão foi
feita não prevendo estacionamento. E há um glosamento, por parte do Ministério
Público, para que aquele espaço se destine à atividade que não foi licitada
inicialmente em edital, que não era estacionamento, que era, sim, o comércio
ambulante, as oitocentas e poucas lojas do comércio ambulante. Não foi
incluída, Ver. Ferronato, no edital, a questão do estacionamento. Portanto,
seria, se isso está acontecendo, mais uma burla no contrato feito com a
municipalidade. Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell):
O Ver. Elias Vidal está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. ELIAS VIDAL: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, venho a esta tribuna
fazer o Relatório, um balanço dos trabalhos que realizamos na CEFOR - Comissão
de Economia, Finanças, Orçamento e do Mercosul -, que presidi com muita honra,
que prestou um trabalho relevante para a cidade de Porto Alegre. Foi uma
experiência muito boa.
Mas,
antes do Relatório, quero dizer que estou muito feliz, sou grato a Deus, por
poder estar aqui fazendo este meu primeiro pronunciamento do ano de 2009. É uma
honra trabalhar nesta Casa e contar com os Vereadores; com alguns temos amizade
há algum tempo; com outros, com os novos Vereadores, iremos aprofundar a
amizade no decorrer de nossos mandatos. É uma honra ter aqui o Ver. Ferronato;
o Ver. Pujol, grande amigo; a Juliana Brizola, o Flecha Negra, o Tessaro, o
Pedro Ruas e os que não se encontram neste momento. Será uma honra muito grande
aprofundar essa relação de amizade política, que é tão importante. Sei que
muitas vezes teremos divergências em relação a projetos, a idéias, mas sempre
para o bem da Cidade.
Quero
também fazer um agradecimento muito especial à Comissão, aos colegas que
participaram dessa Comissão, como o Ver. Professor Garcia, o Ver. Braz, o Ver.
Adeli Sell e a Verª Maristela Meneghetti. De uma forma muito especial, o Ver.
Garcia, o Ver. Braz e o Ver. Adeli Sell me ajudaram, apoiaram-me muito na
Comissão, porque sou um homem da área social, não sou um homem tanto da área
técnica. Para mim foi um desafio, tive de me superar, mas tive muita
compreensão, muita orientação, muito apoio. O Ver. Adeli Sell, que está como
Presidente dos trabalhos desta Casa, foi juntamente com o Ver. Garcia e o Ver.
Braz... O Ver. Braz, inclusive, foi o Relator do Orçamento de 2009, fez um
excelente trabalho. Então, foi muito bom esse trabalho que exercemos, acho que
foi um desafio, acho que cresci, aprendi, e assim é a vida. A gente vai
aprendendo uns com os outros, e eu aprendi muito com esses Vereadores, que têm
uma grande experiência, como é o caso do Ver. Adeli Sell. E é muito bom também
começar o ano com uma Bancada com o Ver. Toni, 2º Vice-Presidente desta Casa, e
o Ver. Paulinho Ruben Berta, uma Bancada com três Vereadores; fui escolhido
Líder da Bancada e, para mim, será uma honra muito grande presidir.
Com
relação à CEFOR, amigos e senhores que estão em casa, em algum ponto da Cidade
vendo pela televisão os trabalhos e a importância da CEFOR, quero dizer que
foram realizadas 41 reuniões, 23 delas reuniões internas para discussão e
votação de Projetos de Lei. Dentre as demais reuniões destacamos: uma Audiência
Pública para demonstração e avaliação, pelo Poder Executivo, do cumprimento das
metas fiscais do terceiro quadrimestre de 2007; uma outra Audiência para a
prestação de contas da promoção Liquida Porto Alegre; outra, manutenção pelo
Município de entidade de Assistência à Saúde dos Servidores Públicos Municipais
- tudo reuniões e Audiências Públicas. Também houve a prestação do Balanço
financeiro de 2007 da Carris, inclusive a pedido do Ver. Adeli Sell, se não me
falha a memória; a seu pedido, Vereador, foi feito o Balanço da Carris;
apresentação do balanço financeiro da PROCEMPA; reunião com a SMGAE sobre
imobiliário urbano, necessidade ou não de licitação; outra Audiência Pública
para demonstração e avaliação, pelo Poder Executivo, do
cumprimento das metas fiscais do primeiro quadrimestre de 2008; reunião com a
Unimed sobre percentual de ISSQN e a base de cálculo; outra reunião com as
empresas Central de Outdoor, Associação Gaúcha de Empresas de Propaganda ao Ar
Livre - AGEPAL - e Agropex sobre mobiliário urbano; outra reunião com entidades
de Saúde e com o Governo sobre percentual de ISS e a base de cálculo dos planos
de saúde e das cooperativas de serviços médicos. Vejam os senhores quantas
reuniões relacionadas à vida da Cidade, à vida financeira da Cidade.
E mais: reunião com o Sindicato dos Taxistas e
congêneres para discussão do Projeto de Lei que obriga a colocação de
dispositivo luminoso nos veículos que compõem a frota de táxi; Audiência
Pública para debate com a comunidade sobre as Diretrizes Orçamentárias da LDO;
discussão e votação de Parecer e Projeto de Lei do Executivo que trata das
Diretrizes Orçamentárias de 2009 e outras reuniões mais. Para concluir, eu
diria para os amigos munícipes entenderem: foram distribuídos até a presente
data do final do ano, de projetos de lei, 161 projetos; 34 Pareceres por este
Vereador; 33 Pareceres pelo Ver. Professor Garcia; 32 Pareceres pelo Ver. Adeli
Sell; 33 Pareceres pelo Ver. Luiz Braz; 29 Pareceres pela Verª Maristela
Meneghetti. Foram votados por esta Comissão 123 Projetos de Lei até o final do
ano. Então, foi uma Comissão que trabalhou muito.
Eu agradeço o apoio, o carinho e a compreensão dos
Vereadores. É este o Relatório. Acho que este balanço é bastante interessante
para a Cidade e para esta Casa. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Obrigado, Ver.
Elias Vidal.
O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr.
Presidente, Ver. Adeli Sell; Sras Vereadoras,
Srs. Vereadores, sempre digo que Vereador não precisa fazer muitas leis como
fazemos aqui; principalmente, o Vereador deve fiscalizar o cumprimento da lei
e, especialmente, a execução orçamentária. Se exigíssemos o cumprimento da lei,
Ver. Adeli Sell, que tem um Projeto de Lei nesse sentido, as ruas da nossa
Cidade - todas elas - teriam identificação de todos aqueles que foram
homenageados por nós e que, no passado, também foram homenageados por decretos
de Prefeitos. Então, gostaria de dizer que precisamos mesmo é fazer a
fiscalização e cuidar da execução orçamentária.
Olhei aqui, até 30 de novembro há a execução
orçamentária da Prefeitura, não há os dados ainda de dezembro, mas fico até
contente de poder cumprimentar o Secretário Cristiano Tatsch, porque ele vai
atingir os 2 bilhões e 820 milhões, vai superá-los. Até 30 de novembro havia um
superávit primário de 69 milhões de reais. Isso não significa que esteja
sobrando dinheiro na Prefeitura, porque tem que pagar empréstimos e
financiamentos. Mas, desses 69 milhões, nós já havíamos feito suplementação da
ordem de 38 milhões. Portanto, estavam sobrando praticamente 30 milhões, mas,
agora, com arrecadação de dezembro, a coisa vai muito mais longe, vai superar
os 2 bilhões e 820 milhões, porque, só de IPTU, foram arrecadados 180 milhões
de reais. A arrecadação de ITBI e de ISSQN, Imposto de Renda na Fonte, que deve
ser quase oito milhões de reais; o Fundo de Participação do Município, a
transferência do SUS, a transferência de ICMS, especialmente do IPVA, que deve
dar em torno de quarenta milhões de reais, mais o Fundeb, faz com que
tranqüilamente os 2 bilhões e 820 milhões de reais previstos, como arrecadação,
sejam superados. E haverá um superávit primário maior dos que os 30 milhões que
tinham até 30 de novembro.
Mas nós precisamos exigir muito mais da Prefeitura
em matéria de sinalização, de identificação dos nossos logradouros. Aí é
necessário que toda a Câmara faça isso. Não adianta o Ver. João Dib, o Ver.
Adeli Sell reclamarem para o Prefeito, dizendo que é um pequeno grande problema
da Cidade a falta de identificação dos logradouros. Não custa muito dinheiro, a
Prefeitura pode fazer através de publicidade.
Este ano nós vamos ter o Plano Plurianual, é o
grande momento de os Vereadores verem os quatro anos que serão administrados
pelo Prefeito. Depois, nós vamos ter a Lei de Diretrizes Orçamentárias, é outro
grande momento, porque precisamos dar aprovação às proposições, aprovação ou
não à proposição que o Prefeito venha a fazer. Em cima da Lei de Diretrizes
Orçamentárias, o Prefeito vai encaminhar a esta Casa o Orçamento.
Eu vou pedir desde já que os nossos colegas não
emendem a Lei de Diretrizes Orçamentárias de qualquer forma; não emendem a
Proposta Orçamentária para iludir pessoas, porque nós não vamos conseguir realizar
aquelas coisas que fizermos com emenda, e é claro que estamos num grande
momento da Câmara, que é a decisão sobre o Plano Diretor. O Plano Diretor
precisa ser examinado; fico contente que, já no primeiro dia de trabalho do
ano, as Lideranças, a Mesa e mais alguns Vereadores se reuniram exatamente para
tratar do Plano Diretor. Eu acho que neste ano chegaremos a um bom termo com a
análise que deve ser feita do Plano Diretor, porque a Cidade precisa dele, e
nós não podemos ficar submetidos a interpretações, às vezes injustas, que fazem
em relação ao posicionamento deste ou daquele Vereador. Saúde e PAZ!
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Saúde e paz,
Ver. João Dib.
O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra em
Comunicações, por transposição de tempo com o Ver. Nelcir Tessaro.
O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Ilustre
Presidente, Ver. Adeli Sell; Sras Vereadoras,
Srs. Vereadores, é uma honra estar aqui pela primeira vez no ano de 2009
falando desta tribuna e agradecendo aos eleitores por me trazerem de volta a
esta Casa, assim como cumprimento todos os Vereadores eleitos e reeleitos desta
Legislatura. Sejam muito bem-vindos.
Eu tenho vários assuntos e vou começar, Ver. Adeli
Sell, pelo meu Requerimento, com o intuito de novamente constituir a Frente
Parlamentar do Turismo em Porto Alegre; já protocolei o Requerimento no dia 1º.
Convido todos os Vereadores a participarem dessa Frente, se assim o desejarem,
porque o turismo envolve 32 ramos da nossa economia. Ver. Tarciso Flecha Negra,
que me olha, que beleza nós termos, aqui em Porto Alegre, dois Estádios, dois
Clubes fortes, que podem trazer eventos esportivos e atrair turistas para Porto
Alegre! O exemplo é todo esse esforço para a Copa do Mundo; são exatamente os
eventos esportivos. E assim vamos em vários setores, porque o turismo atrai
desenvolvimento para Porto Alegre. Então, estamos solicitando à Presidência a
reconstituição da Frente Parlamentar do Turismo, porque ela, obrigatoriamente,
se encerra em cada Legislatura.
E, por falar em Frente Parlamentar do Turismo,
ontem estivemos em Belém Velho, na propriedade do Sr. Luiz Alberto Barichello,
que tem uma bela propriedade rural, com plantação de uva, viníferas especiais
trazidas da Itália, adaptadas a Porto Alegre. Essa propriedade tem uma
indústria vinícola que foi a primeira a fazer exportações de vinhos de Porto
Alegre para os Estados Unidos. Nós já estamos exportando vinho para os Estados
Unidos, claro que não em uma quantidade muito elevada. Ontem, lançamos mais uma
edição da Feira da Uva e da Ameixa, que vai ser inaugurada na próxima
sexta-feira lá no Círculo Operário de Belém Velho, ao lado do Amparo Santa
Cruz, naquelas instalações lá. É mais uma atração turística, porque a nossa
área rural é a segunda área rural dentre as Capitais do País, só perde para
Palmas, em Tocantins, porque é uma Capital recente. Mas Porto Alegre tem essa
área rural desenvolvida, e o turismo rural também está sendo fortalecido. Fica
aqui o convite para a população comparecer à Feira da Uva e da Ameixa.
O Sr. Pedro Ruas: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento do orador.) Ver.
João Carlos Nedel, eu ouço com atenção o pronunciamento de V. Exª e
particularmente esse último item, que traz um dado importante: de Porto Alegre
ser a segunda Capital do País no setor de área rural especificamente e,
particularmente, em produção de hortifrutigranjeiros.
Há
alguns dias eu li, com preocupação, que a indústria da celulose, incipiente
ainda na Capital, pretende investir pesado na plantação de eucalipto em Porto
Alegre, no período de 2009 a 2011. Acho que isso tem um aspecto quase trágico,
Sr. Presidente, Ver. Adeli Sell, porque estaria trazendo para Porto Alegre a
idéia muito ruim da monocultura do eucalipto, que só tem um beneficiário, um
destinatário de lucro, que é a indústria da celulose. E V. Exª, em seu
pronunciamento, Vereador, dá exatamente a medida da importância do chamado
cinturão verde em Porto Alegre, que é o contraponto absoluto do deserto verde
que a monocultura do eucalipto provoca. Eu parabenizo V. Exª pelo
pronunciamento, pela iniciativa e pelo registro de que Porto Alegre realmente
tem vocação. Obrigado.
O
SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Obrigado,
Ver. Pedro Ruas. Isso, efetivamente, é uma novidade para mim, porque é claro
que a nossa área rural é grande, mas não comportaria uma cultura extensiva de
eucalipto. Eu soube, Vereador, que há alguns agricultores que querem implantar
a cultura da oliveira aqui em Porto Alegre. A nossa área rural é muito rica.
Nós temos a produção de pêssego, inclusive temos a famosa Festa do Pêssego; nós
temos cabanhas em Porto Alegre; nós temos criação de cavalos Crioulos; nós
temos um potencial muito grande, mas é evidente que não são áreas de grande
extensão. Acho que a cultura do eucalipto não seria viável em Porto Alegre por
causa da pouca extensão proporcional ao que ela exige. Mas é uma notícia
importante que devemos averiguar, sem dúvida.
Eu
estou propondo à Secretaria Municipal de Obras e Viação, a SMOV, que se faça um
grande mutirão para resolver, se possível definitivamente, o problema das
calçadas dos pedestres em Porto Alegre, que realmente não têm fiscalização
adequada, e os proprietários estão sendo desleixados nessa sua obrigação.
Olhem, nós temos uma Secretaria de Acessibilidade, mas, para os
cadeirantes circularem nas calçadas de pedestres, há um problema muito sério.
Então, precisamos de uma fiscalização muito forte e talvez até de um programa
de incentivo para que os proprietários melhorem as suas calçadas, e aí há
várias opções: pode ser uma calçada com uma parte de canteiro para absorver a
água da chuva, pode ser feita com vários materiais. Então, acho que isso seria
uma grande oportunidade para melhorar o aspecto da nossa Capital, que realmente
tem esse problema. Só para dar um pequeno exemplo também: em frente ao nosso
Mercado Público, Ver. Toni Proença, a reforma da calçada já está prevista há
bom tempo e não está sendo feita; espero que seja feita para breve, e
isso também deve ser uma iniciativa da Prefeitura de Porto Alegre, porque é um
próprio municipal. Há uma necessidade, há um clamor dos porto-alegrenses para a
recuperação das nossas calçadas de pedestres em Porto Alegre.
O Ver. Adeli Sell falou sobre trânsito.
Efetivamente, o nosso trânsito deve ter uma atenção muito focada, porque a
Cidade está se desenvolvendo, empreendimentos estarão sendo implantados, e
temos algumas notícias, mas notícias às vezes não procedem. Nós temos já a
certeza da duplicação da Av. Edvaldo Pereira Paiva, a necessidade de completar
a duplicação da Av. Coronel Massot, que foi feita pela metade; também temos que
abrir a famosa Av. Cel. Gastão Mazeron, a chamada Av. Tronco, que vai sair ali
de trás do Estádio do Grêmio e vai até a Av. Icaraí, lá no Hipódromo. Vai dar
uma abertura muito interessante para aquela região.
Nós
temos também a necessidade da construção do Acesso Norte do Porto Seco, para
que libere a todo esse setor de transporte o acesso à nossa freeway.
Então, isso é uma necessidade, Ver. Adeli Sell, sobre o assunto que V. Exª
falou aqui na tribuna. E, hoje pela manhã, quando vinha para cá, houve uma
reclamação sobre a necessidade de pintura das faixas nas pistas recentemente
recapadas e que não estão sendo executadas pela EPTC. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Adeli Sell): Agradeço ao Ver. João Carlos Nedel. O Ver. João
Pancinha está com a palavra em Comunicações. (Pausa.) Desiste. A Verª Juliana
Brizola está com a palavra em Comunicações. (Pausa.) Desiste.
A Verª Maria Celeste está com a
palavra em Comunicações.
A SRA. MARIA
CELESTE: Sr. Vice-Presidente desta Casa, Ver. Adeli Sell, presidindo os
trabalhos nesta manhã; Sras Vereadoras e
Srs. Vereadores, hoje assumimos pela primeira vez esta tribuna, e, desta
tribuna, registro que tenho um novo desafio, como Vereadora, no meu terceiro
mandato, representando a Liderança do Partido dos Trabalhadores na cidade de
Porto Alegre e aqui nesta Casa. Assumir a Liderança da Bancada do PT é motivo
de orgulho para esta Parlamentar, que espera, Ver. Pedro Ruas, corresponder à
altura dos meus colegas de Partido e também às expectativas da população de
Porto Alegre, Verª Sofia Cavedon.
Nós temos, em geral, trabalhado, enfrentamos temas
na Legislatura passada e, ao longo desse período, mantivemos debates que
estaremos retomando nesta Casa. Debates dos mais variados temas, que,
certamente, implicam diretamente na dinâmica, na vida, no cotidiano das pessoas
da nossa Cidade. Esses temas, ao longo dos primeiros quatro anos de Governo
Fogaça, foram debatidos, como já foi colocado pelos primeiros Vereadores que me
antecederam, e muitos deles estão retornando a esta Casa. Por exemplo, eu quero
citar, Ver. Tessaro, a
questão da privatização do Auditório Araújo Vianna; a questão da orla do
Guaíba; a questão do Programa Socioambiental; a implementação do camelódromo -
já estamos vendo aqui problemas anunciados -; os Portais da Cidade; o trânsito
da nossa Cidade; as finanças da Prefeitura e, principalmente, o tema mais
importante, a questão do Plano Diretor.
Sabemos
que grande parte das discussões desta Casa estará voltada - e a mídia também -
certamente para a questão do Plano Diretor, que, realmente, vai exigir de todos
nós uma dedicação extrema na promoção do debate e na formulação de propostas
que tornem Porto Alegre, de fato, uma cidade economicamente sustentável. O que
nós falamos e debatemos em alguns projetos na Legislatura passada é que a
economia, o lucro desenfreado não podem estar acima da qualidade de vida das
pessoas da nossa Cidade, Ver. Reginaldo Pujol. E esse debate queremos e iremos
fazer com todos os setores da sociedade porto-alegrense.
Mas
há uma preocupação nossa, imediata, com a receita adotada no início da primeira
gestão Fogaça e que agora, Ver. João Antonio Dib, conhecedor do Orçamento da
Cidade, parece se repetir neste começo do segundo mandato, que é a questão das
finanças públicas e da falta de recursos na Cidade, especificamente na
Prefeitura. O Prefeito tem dito, nas suas entrevistas, que a Prefeitura vai
contingenciar 20% dos gastos em custeio, ao mesmo tempo em que solicita cem
milhões de dólares, em empréstimos, ao BID. A questão é sabermos onde serão
feitos esses cortes de custeio. Na Proposta Orçamentária deste ano, a
Prefeitura apresentou aumento de gastos com custeio, especialmente serviços de
terceiros, apontando, claramente, para uma terceirização das atividades dos
serviços municipais, Verª Juliana Brizola, V. Exª já foi Secretária. Obviamente
é preciso, diante desta inevitável crise do capitalismo mundial, cautela, como
gestor público, em relação às finanças municipais. Fica aqui a pergunta: não
seria mais adequado cortar um pouco das excessivas despesas com publicidade,
que estão orçadas em doze milhões de reais, pois esses valores contrastam com
outras dotações insuficientes para atingir os objetivos de programas e ações da
Prefeitura para 2009?
Aliás,
os grandes projetos, os grandes empreendimentos anunciados pelo Governo Fogaça
tanto nas entrevistas quanto no seu programa de campanha eleitoral não
apareceram especificados na Peça Orçamentária para este ano, ou, quando
constam, propõem valores absolutamente insuficientes. E aqui eu cito exemplos:
o Projeto do Hospital da Restinga foi orçado em apenas 115 mil reais; para o
Projeto das Farmácias Distritais da Cidade há, Ver. Pedro Ruas, 19 mil reais
apenas. Isso consta na Peça Orçamentária, isso foi aprovado por esta Casa. Dos
21 programas propostos pelo Governo Fogaça, em que serão alocados mais de três
bilhões de reais de receita prevista, quatro são absolutamente inconsistentes.
Ocuparam desmedidos espaços no discurso eleitoral, são anunciados e debatidos
com freqüência na mídia, mas, na verdade, são muito mais anúncios que geram
expectativas que, infelizmente, não são satisfeitas, porque não têm condições
de gerar ações efetivas, concretas, como foi demonstrado no Orçamento.
E
cito alguns exemplos. O Porto Alegre da Mulher, Verª Juliana, prevê aplicar, ao
longo dos doze meses de 2009, apenas 135 mil reais, pouco mais de onze mil por
mês, para atender às necessidades urgentes de centenas de milhares de mulheres
da nossa Cidade. É possível isso? O Programa Vizinhança Segura é outro exemplo,
prevê recursos de apenas 0,6% do Orçamento Municipal, para atender a um
ambicioso projeto de tornar mais segura a vida do porto-alegrense. Perguntamos,
Ver. João Antonio Dib: é possível? E o Gurizada Cidadã, criado para atender
jovens e adolescentes pobres, tem recursos que correspondem a apenas 0,3% do
Orçamento.
O
Sr. João Antonio Dib: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Nobre Verª Maria Celeste, em
primeiro lugar, eu quero cumprimentá-la pela Liderança que foi atribuída a
Vossa Excelência. Quero também dizer que fico muito feliz em vê-la discutindo o
Orçamento da Prefeitura. Agora, os treze milhões de reais em publicidade é um
valor menor do que no passado já foi usado por um Orçamento muito menor - eu
não vou discutir. Agora, a terceirização dos serviços foi iniciada pelo Partido
de V. Exª, porque, quando eu era Prefeito, era proibido fazer terceirização, e
a Prefeitura do Partido dos Trabalhadores terceirizou mesmo sendo proibido e,
depois de alguns anos, fez lei para terceirizar. Então, o contingenciamento é
necessário, porque o mundo está incerto, intranqüilo, por isso é bom cuidar, e
não começar como se tudo estivesse correndo às mil maravilhas. Acho que o
Prefeito e os seus Secretários, nesse caso, estão atuando muito bem.
A
SRA. MARIA CELESTE: Ver.
João Antonio Dib, permito-me retomar os dados do Orçamento, porque,
lamentavelmente, eu estava em licença-saúde quando votamos o Orçamento da
Cidade, mas acompanhei-o atentamente. Inclusive a nossa Bancada votou contra a
Peça Orçamentária exatamente porque ali havia possibilidades diferentes da vida
real. Além da superestimativa do Orçamento, sabendo que a crise já estava se
abatendo naquela época aqui na nossa Cidade, o Prefeito superestima a receita
do Município, mais uma vez, colocando uma Peça Orçamentária que não é real e
que agora a gente pode esmiuçar pelos dados colocados.
Quero
dizer também que devemos ter problemas, sim, com os serviços terceirizados, mas
este Governo criou várias Secretarias; hoje são 29! Foram mais de seis
Secretarias criadas neste Governo para dar conta dos serviços da Prefeitura.
Então, alto lá, quando a gente fala em que cortar custos! Acho que a
publicidade poderia ser um bom exemplo. Quanto ao que foi feito no passado, nós
não podemos estar repetindo ou dar aval no presente para que os erros apontados
sejam continuamente colocados aqui.
Então,
quero colocar essas questões do Orçamento e vou continuar batendo nesse tema,
porque estamos muito preocupados, sim, com a forma como o Prefeito está
propondo o corte no custeio, especificamente, e isso vai abalar, com certeza, o
serviço da Cidade. Eu quero saber qual a alternativa que o Sr. Prefeito vai
colocar em relação a essa questão.
Sr.
Presidente, eu gostaria de pedir Tempo de Liderança para dar continuidade à
minha manifestação. É possível?
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Perfeito,
Vereadora.
A
Verª Maria Celeste está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
A
SRA. MARIA CELESTE: Obrigada.
Exatamente nesse tema do Orçamento, para dar continuidade, a Prefeitura sempre
bate na tecla da necessidade de assumir e avançar no processo gerador de ações
e políticas que impulsionem a economia da Cidade para criar um ambiente
favorável ao desenvolvimento econômico do Município. Esse discurso, de fato, é
um discurso eloqüente, atraente, porque propõe à população algo desejável, mas,
na hora da verdade, aloca-se no Programa Porto Alegre Cresce pouco mais do que
0,5% de recursos totais do Orçamento. E o pior é que a execução orçamentária do
ano passado mostrou que, além dos recursos serem escassos, a maioria das ações
e dos projetos não foram sequer iniciados. Portanto, enquanto Líder da Bancada
do PT, o nosso trabalho aqui é o de fiscalizar, cada vez mais, Ver. Dib, esta Administração.
Nós temos responsabilidade com a Cidade, fomos gestores da cidade de Porto
Alegre por 16 anos, administramos, mas jamais abrimos mão de apontar
alternativas para resolver os problemas da nossa Cidade.
Enquanto
Líder da nossa Bancada, também quero aqui colocar a posição do Partido dos
Trabalhadores, Ver. Pedro Ruas, posição essa que já foi declarada em nível
nacional também sobre o conflito no Oriente Médio. É importante que se respalde
e coloque aqui nesta tribuna, oficialmente, a posição do Partido dos
Trabalhadores. Já há nota oficial e nós condenamos, reiteradamente, os ataques
criminosos do exército de Israel contra o território palestino. Já houve
milhares de vítimas, especialmente crianças e mulheres civis, e essa ação pode
inclusive ser caracterizada como uma ação de terrorismo. Não aceitamos a
justificativa apresentada pelo Governo israelense de que estaria agindo em
defesa própria e reagindo aos ataques. Isso, para nós, não é possível, porque
os atentados terroristas não podem ser respondidos através de ações contra
civis. A retaliação contra civis é uma prática típica de exércitos nazistas.
Lembremos Guernica, um exemplo claro dessa situação.
(Lê.)
“O Governo de Israel ocupa territórios palestinos, ao arrepio de seguidas
resoluções da ONU. Até agora, conta com o apoio do Governo dos Estados Unidos,
que, se realmente quiser, tem os meios para deter os ataques.” Faço essa
manifestação e fiz questão, inclusive, de ler parte da nota oficial do PT
nacional sobre esse lamentável episódio, mais uma vez um conflito seriíssimo no
Oriente. Então, o PT condena oficialmente o terrorismo do Estado do Governo do
Israel contra o povo palestino. Estaremos atentos, juntando-nos aos movimentos
da Cidade, às manifestações que ocorrem na Cidade. O PT municipal já tem
participado dessas manifestações, mas queremos aqui reiterar a nossa
solidariedade ao povo palestino. Obrigada, Sr. Presidente.
(Não
revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Obrigado, Verª Maria Celeste.
O
Ver. Nelcir Tessaro está com a palavra em Comunicações.
O SR. DR. TESSARO: Ver. Adeli Sell, Vice-Presidente, ora
Presidente desta Sessão; colegas Vereadores, muito obrigado pela acolhida; meus
colegas novos, companheiros de Governo - temos aqui o Pancinha, o Toni Proença
-, é uma satisfação estar aqui. Presidente, eu uso a palavra, pela primeira vez
neste plenário, com grande satisfação, para poder dar continuidade a um
trabalho que exerci lá no Executivo, através do Departamento Municipal de
Habitação. Nos três anos e três meses em que estive à testa daquele
Departamento, consegui atender muitas e muitas famílias em Porto Alegre. Mas
não fizemos tudo que queríamos fazer, pois é impossível trazer para Porto
Alegre uma solução para a habitação em tão pouco tempo. O meu colega Toni
Proença é conhecedor de toda essa matéria, porque muito me acompanhou em todas
as regiões da Cidade.
Eu
acho que esta Câmara também tem o compromisso de atender a todas as
comunidades. Eu lembro que a Verª Maria Celeste muito brigou pelas comunidades,
e eu estive aqui em muitas reuniões quando a Vereadora presidiu a Câmara e
chamou as comunidades para a discussão. É muito importante, Verª Maria Celeste,
darmos continuidade, aqui no Legislativo, aos compromissos firmados também com
o Executivo no final de 2007 e início de 2008. Temos pendências que ainda estão
prejudicando muitas famílias. Nós discutimos aqui nesta Câmara a aquisição de
áreas por troca de índices construtivos. Temos pendências com a Vila Amazônia,
com o Jardim Marabá, com o Jardim do Verde, Vila Três Figueiras do Sul e o
Unidão. Nessas localidades temos 2.500 famílias aguardando a desapropriação
dessas áreas por índices construtivos. E parte dessas áreas é do Montepio dos
Municipários. Está lá protocolado e peticionado pelo Departamento Municipal de
Habitação o interesse de aquisição, esse processo pende ainda no Executivo,
deve vir a este Legislativo, conforme acordo firmado na Comissão de Habitação.
Então,
é muito importante que o Governo remeta, com urgência, esse projeto, para
podermos votar e dar tranqüilidade a essas mais de duas mil famílias que hoje
estão com ações judiciais de reintegração de posse e que, a qualquer momento,
poderão, se não cumprido pelo Executivo o acordo, estar no olho da rua. Serão
mais e mais crianças abandonadas nesta Cidade, e nós já temos muitas. Não é
culpa do Executivo, é culpa da migração que temos a cada ano - 10% - a Porto
Alegre. Quando o agronegócio fica prejudicado, as famílias do Interior pensam
que a Capital é a solução e migram na busca de um emprego, na ânsia de ter uma
vida melhor e aqui ficam na marginalidade, e nós temos hoje 1.300 famílias na
Vila Dique, 1.400 famílias na Vila Nazaré. São vilas grandes que serão
transferidas, sem contar com os nossos vizinhos aqui, a Vila Chocolatão -
deverá ocorrer a transferência, ficou contratada a obra, e a transferência está
para 2009, isso é muito importante. É isso que eu digo, Ver. Dib, que já
exerceu aqui nesta Capital o Executivo, V. Exª sabe muito bem do que há
necessidade.
Não
quero deixar passar em branco o problema do trânsito em Porto Alegre, aqui
comentado pelo Ver. Nedel e pelo Ver. Adeli. Nós temos grandes problemas de
sinalização, eu acho que a EPTC deve ser alertada. Temos sinaleiras que estão
totalmente cobertas por vegetação, nós passamos todos os dias pela Rua José de
Alencar, próxima da Rua Corrêa Lima, e os acidentes ali ocorrem diariamente
porque aquela sinalização está atrás de uma árvore, e ninguém enxerga. Quando
se está em baixo é que a gente consegue ver, e o veículo que vem atrás, conseqüentemente,
não consegue parar e ocorre a colisão. Com esse problema das sinaleiras com
defeitos, no domingo à noite, na esquina da Rua Cairú com a Av. Pernambuco, uma
senhora que muitas ações prestou a esta Cidade, na função de professora da GRD,
ali estava ultrapassando, e o sinal estava piscante, ela sofreu um
acidente, veio a falecer ontem, e sua filha e genro estão em estado de coma.
Tudo por falta de sinalização. Então, é muito importante que busquemos uma
solução para isso. A sinalização é muito importante em Porto Alegre. Obrigado,
colegas.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell):
Obrigado, Ver. Tessaro.
O
Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
Quero
comunicar às senhoras e aos senhores que a Liderança sempre tem precedência
sobre as outras falas. Após continua a fala normal.
O
SR. REGINALDO PUJOL: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, retorno a esta tribuna depois de quatro anos dela
afastado e quero, neste momento, acentuar as circunstâncias novas em que chego
à Casa. Chego em função, com certeza, do apoio que recebi nas urnas de mais de
5.500 eleitores, mas chego também pela circunstância de estar incluído numa
composição política que disputou o pleito municipal com o Partido Democratas e
com o Partido Progressista, nesta Casa liderado pelo Ver. João Antonio Dib.
Essa circunstância, meu caro Ver Tarciso, precisa ser devidamente sopesada, na
medida em que Suplente dessa coligação assumo o mandato em função da
convocação, para a equipe do Prefeito José Fogaça, de um dos titulares da
Bancada, o Ver. Kevin Krieger.
Isso
implica num posicionamento do nosso Partido, já publicamente colocado, de -
solidariamente aos nossos companheiros da luta eleitoral, Partido Progressista
- nos colocarmos na base do Governo, integrando o grupo político que apóia o
Prefeito Fogaça em sua Administração. Esta colocação, que eu tenho como
absolutamente pertinente que seja feita, neste momento é uma decorrência lógica
e natural dos desdobramentos dos fatos. Nesta Casa quero atuar com a mais
absoluta sintonia com o Partido Progressista e para isso não vejo a menor
dificuldade, até pela expressão do seu Líder, pelos vínculos que temos de longa
data e pelo posicionamento comum que temos tido ao longo do tempo na maioria
dos temas que envolvem os interesses da Cidade.
Fico
muito feliz por retornar, não me sinto diminuído por vir aqui como Suplente,
tenho o mesmo entusiasmo das outras ocasiões em que aqui estive, Ver. Pedro
Ruas, como titular. A minha responsabilidade não se altera, tampouco as minhas
convicções, Ver. Pancinha, ficam de certa maneira modificadas, porque elas são
as mesmas que em outras ocasiões sustentei desta tribuna e o fiz sempre com
muita lealdade. Fui, durante largos anos, Vereador de oposição, e os integrantes
da Bancada do PT sabem da minha conduta.
Hoje
ouvi, com satisfação, o Ver. Tessaro, da tribuna - ele esteve com o Prefeito
Fogaça por quatro anos na Administração -, explicando, expondo algumas
situações que certamente serão responsabilidade de todos nós, especialmente no
tema Orçamento, muito bem enfocado pela Liderança do Partido dos Trabalhadores,
mostrando um tema que é comum hoje a todos os Municípios brasileiros, porque os
Orçamentos, todos nós sabemos, são elaborados com muita antecedência. Os números
do Orçamento são preparados em agosto para ele vir a esta Casa e aqui ser
debatido e aprovado finalmente. Naturalmente, o agosto do ano que passou é
muito diferente do janeiro deste ano, por todos os fatos registrados em nível
internacional, cujos reflexos não são aquela “marolinha” de que nos falou
inicialmente o Presidente Lula, mas uma realidade consistente que abala todas
as grandes economias do mundo e que, obviamente, tem reflexos aqui no Brasil.
Vou
concluir, Sr. Presidente, alertado do término do meu tempo, e o faço
reafirmando a minha alegria de estar aqui nesta Casa, onde cultivei, ao longo
do tempo, grandes amizades, que espero ver aumentadas neste novo período que
iniciamos a partir do primeiro dia deste mês. Muito obrigado, e minhas homenagens
a este Legislativo, aos Vereadores que retornam à Casa, àqueles que aqui já se
encontravam ou, mais ainda, àqueles que pela primeira vez aqui se encontram.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell):
O Ver. Pujol falou em nome da Liderança do DEM.
O
Ver. Pedro Ruas está com a palavra em Comunicações.
O
SR. PEDRO RUAS: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, é uma honra muito
grande ocupar esta tribuna neste momento, o primeiro momento da atual
Legislatura. Mesmo em período normal de Comunicações, já falo em meu nome e em
nome da Verª Fernanda Melchionna, portanto em nome da Bancada do Partido
Socialismo e Liberdade, o PSOL, fundado em 2004 e que pela primeira vez tem
Bancada na Capital dos gaúchos.
Para
nós, colegas Vereadores, é motivo de muito orgulho exercermos mandato no PSOL
e, no meu caso particular, a Liderança da Bancada. E mais ainda na medida em
que esse orgulho corresponde à responsabilidade que temos de sermos, aqui em
Porto Alegre, a representação de um Partido que, em pouco tempo de história, já
marcou, de forma indelével, a própria história do País, através,
principalmente, das atuações conhecidas e reconhecidas da então Senadora e hoje
Vereadora Heloísa Helena, da nossa Deputada Federal Luciana Genro, que, por
sinal, nos honrou com sua presença no dia da nossa posse. E esse orgulho, que
tem a medida exata do que ele corresponde em termos de responsabilidade, deve
ser traduzido numa ação concreta que pretendemos ter, cumprindo a nossa
obrigação em nome dos interesses maiores do povo de Porto Alegre. Temos
consciência, Vereadores e Vereadoras, de que nós - integrantes desta Bancada -
não somos melhores que ninguém, como também não somos piores do que ninguém.
Sabemos, rigorosamente, quais são as nossas obrigações, e as cumpriremos.
Eu
poderia definir, Ver. João Antonio Dib, que é decano desta Casa, no seguinte
sentido: entendemos que a nossa atuação Parlamentar na Câmara, a minha e a da
Verª Fernanda Melchionna, deva ser de uma fiscalização integral. Ou seja, pretendemos,
indo ao limite dos nossos esforços, fiscalizar todas as áreas de atuação do
Executivo Municipal, todas as áreas! Entendemos como sendo, Sr. Presidente,
Ver. Adeli Sell, da nossa obrigação. Somos oposição! Somos oposição no
Parlamento Municipal da Capital do Rio Grande do Sul, somos uma oposição de
fiscalização integral. Não somos uma oposição intransigente, saberemos apoiar
as iniciativas meritórias do Executivo que estejam de acordo com aquilo -
repito - que chamamos de interesses maiores do povo de Porto Alegre. Somos uma
oposição de fiscalização integral, sim, mas não uma oposição intransigente,
quero deixar isso bem marcado, bem definido em nome do PSOL.
Por
outro lado, entendemos também que a nossa obrigação, para além da fiscalização,
é termos mandatos propositivos, e os teremos, o que envolve, obviamente, a
apresentação de propostas e projetos que tenham como co-beneficiários a maioria
da população, particularmente a mais pobre. Essa é forma - de forma resumida, é
claro, porque o nosso tempo tem limite - de mostrarmos, na prática, neste
mandato de quatro anos, o que é o nosso orgulho, a nossa responsabilidade - eu,
a Verª Fernanda Melchionna, as equipes que nos acompanham; hoje temos aqui o
Fonseca, a Isabel, o Pinho, o Eurípides e outros, que estão nos gabinetes, e os
militantes do PSOL -, é a forma de honrar os mandatos que recebemos.
Quero
também deixar claro que, na nossa ótica, nenhum mandato é diferente do outro, e
esse é um tema a que eu não pretendo retornar, apenas porque é o primeiro dia,
a primeira manifestação. Nenhum mandato que tenha “x” votos, nenhum mandato que
tenha “x+x+y”... Mandatos são mandatos. Os Vereadores desta Casa e as Bancadas
com representação serão todos e todas profundamente respeitados por nós.
Exigiremos, é claro, o mesmo respeito dos Vereadores, das Vereadoras e das
Bancadas com assento nesta Casa.
Feito
este registro, importa reiterar o que fizemos no dia da nossa posse, eu e a
Verª Fernanda. Vou explicar rapidamente. Somos um Partido de atuação nacional,
que tem Direção nacional, estadual, municipal e tem definições. Somos um
Partido socialista, internacionalista. As causas dos povos de todo o mundo
importam ao PSOL. Todo o sofrimento humano importa ao PSOL. Qualquer causa, de
qualquer comunidade, no nosso planeta, importa ao PSOL. Uma agressão a um ser
humano, em qualquer local, importa ao PSOL. Quando assumimos aqui, no dia 1°,
fizemos uma manifestação pacífica, eu e a Verª Fernanda, uma manifestação
civilizada, uma manifestação garantida pela Constituição Federal. E
manifestamos a nossa opinião sobre os episódios trágicos do Oriente Médio, por
meio de uma faixa estendida aqui no plenário, a qual pedia o fim do massacre, o
fim do genocídio na Faixa de Gaza. Em função disso, tanto eu quanto a Verª
Fernanda... E isto não é nenhum problema, porque sabemos dar a dimensão exata
do que são as tragédias reais, então não somos vítimas de nada, somos
protagonistas de uma manifestação singela, mas importante, porque marca posição
partidária. Mas não somos vítimas de nada. Quero deixar registrado que, do dia
1° para cá, sofremos alguns ataques, algumas ofensas, e é interessante,
Vereadores, Vereadoras, que estas pessoas não se dão conta de que apenas
justificam a nossa manifestação. Imaginem que a apresentação de uma faixa na
Câmara de Vereadores possa motivar tantos ataques pessoais e partidários quanto
os que sofremos - e alguns deles são casos de polícia e estão sendo levados à
Delegacia nesse sentido -, que o clima real da intolerância no Oriente Médio
passa a ser dimensionado por nós. Repito: nós não somos vítimas, nós não temos
medo; nós temos obrigações e temos posições, não obrigamos ninguém a ter a
nossa posição, respeitamos as demais posições.
Quando
houver encerramento do tempo, eu peço que o Ver. Adeli Sell me comunique,
porque não conheço ainda esses novos sinais.
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Vossa
Excelência tem um minuto.
O
SR. PEDRO RUAS: Se for
necessário, eu peço a Liderança.
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Perfeitamente,
é possível.
O
SR. PEDRO RUAS: Mas
quero deixar claro que a nossa posição não será modificada, não será
modificada. Hoje os jornais de todo o País trazem os episódios de ontem sobre o
massacre, sobre o genocídio na Faixa de Gaza, que tem o protagonismo trágico do
Estado de Israel, do seu exército, da sua polícia secreta, o Mossad, com o
apoio dos Estados Unidos. Diz um jornal local nosso: “Israel atinge prédios da
ONU”.
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell):
Vereador, seu tempo se encerra.
O
SR. PEDRO RUAS: Solicito
Comunicação de Líder, Sr. Presidente!
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Sim.
O Ver. Pedro Ruas continua com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. PEDRO RUAS: “Israel
atinge prédios da ONU” - esta é a manchete. A ONU representa praticamente todos
os países do mundo. Segundo a informação de ontem da CNN espanhola, não havia e
não se conhece nenhum caso recente - a afirmação era de que seria desde a
criação da ONU, mas não com convicção - de que um prédio da ONU, oficialmente,
tenha sido atingido em qualquer guerra no mundo. Quem atinge a ONU atinge o
mundo! Os três prédios eram escolas, com a bandeira azul identificando a ONU, e
foram atingidas, feridas e mortas as pessoas que lá estavam. Segundo a imprensa
local do dia de hoje, só havia crianças, são mais de cem mortos; só crianças,
Verª Juliana Brizola, com a qual comentava há pouco esse tema. Entre os mortos,
civis e não civis, são mais de seiscentos; entre os feridos, são mais de três
mil, mais de três mil! Entre os feridos, havia mais de seiscentas crianças, que
perderam pernas, perderam braços, com marcas para sempre!
Nós, do PSOL, temos posição, sim, e marcaremos
permanentemente essa posição; sabemos que devemos tratar de todos os temas da
nossa Cidade e o faremos. Mas repito: somos um Partido internacionalista, temos
compromisso com qualquer sofrimento de qualquer comunidade do nosso planeta e
neste momento reiteramos a posição de que o tipo de agressão que sofremos -
repito que não somos vítimas, temos orgulho da posição que assumimos - só
estimula, cada vez mais, a mostrarmos que essa intolerância, que chega a se
manifestar aqui em Porto Alegre, do outro lado do mundo, no chamado Ocidente,
nos dá a medida da realidade duríssima, efetiva da tragédia que ocorre no
Oriente Médio, e que não é uma tragédia inevitável, que não é culpa do destino;
é uma tragédia que tem um protagonismo assassino do Estado de Israel, do seu
exército e da sua polícia, com a conivência criminosa dos Estados Unidos da
América.
Por isso reiteramos essa posição. Concluímos, Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, agradecendo a atenção, novamente dizendo dos
nossos compromissos com a Cidade, do nosso respeito aos Vereadores, às
Bancadas, do nosso orgulho em estarmos aqui novamente, da nossa alegria em
podermos, em cada momento, em cada dia deste novo mandato que iniciamos, contar
com a companhia de velhos e novos conhecidos, pessoas que aprendemos a admirar
na política de Porto Alegre, do Rio Grande e que tivemos, ao longo de uma
trajetória pessoal e partidária, a imensa honra de poder conhecer. Um abraço a
todos. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Obrigado, Ver.
Pedro Ruas.
O Ver. Tarciso Flecha Negra está com a palavra em
Comunicações.
O SR. TARCISO FLECHA NEGRA: Bom-dia, Sr.
Presidente; bom-dia, caros colegas Vereadores, Vereadoras; bom-dia, senhoras e
senhores, eu só tenho agradecimentos, Presidente. Hoje, aqui, são somente
agradecimentos. A primeira vez é um pouco tensa. A gente não tem aqui
aquecimento. No futebol, a gente aquece para entrar em campo.
Eu me lembro do Maracanã, do primeiro gol, do
primeiro jogo, do público, do dia. Eu estava me filmando, esse filme está
gravado, como se gravou no Maracanã, foi um jogo contra o Botafogo, a gente
lembra do treinador, que foi o Sr. Otto Glória, que me colocou com 17 anos,
havia trinta mil pessoas, um jogo contra o Botafogo. E, ali embaixo, olhando,
eu pensei: “Tenho que jogar!” Eu vim aqui para quê? Para lutar por este povo,
este povo maravilhoso que me recebeu em 1973 e que me levou até o Estádio
Olímpico com muito carinho, com muito calor humano. Eu não digo aqui só azul;
gremistas e colorados: eu tenho um agradecimento muito grande por vocês, que é
este povo maravilhoso de Porto Alegre.
Fico pensando o que falar sobre o Plano Diretor.
Converso, vejo, vou estudar muito, vou me aprofundar bastante, vou conversar
com os senhores, que conhecem o Plano Diretor, porque amanhã, quando eu sentar
ali, der o meu voto, estarei dando um voto que, tenho certeza, vai ser bom para
Porto Alegre, para a minha querida Porto Alegre! Esse é o meu desejo. O meu
negócio é inclusão social com o esporte, cuidando da criança, porque eu
trabalho há quinze anos com essa inclusão social. Já passaram por mim mais de
1.500 alunos, crianças desassistidas, não só dentro de Porto Alegre; em todo o
Brasil nós temos isso, em Porto Alegre também. Porto Alegre me deu muito,
deu-me muito! Então esse pouquinho, esses treze anos de Grêmio é pouco, eu
quero dar mais para este povo, eu quero fazer mais por Porto Alegre, eu quero
fazer mais pelas crianças desassistidas. Por que posso falar isso? Porque saí
de Minas Gerais, de uma cidade de mil e quinhentos habitantes, e, chegando ao
Rio de Janeiro, fui assistido por pessoas maravilhosas, que me conduziram e me
levaram por este caminho, que me trouxe até aqui hoje.
Eu quero agradecer, de coração, à Casa, que me
recebeu com calor, com carinho humano. Orgulha-me muito e me dá muito prazer
estar aqui com vocês; eu quero agradecer, mesmo, de coração! Neste primeiro
encontro da Representativa, preciso dizer que este Vereador se sente muito
honrado de estar aqui nesta Casa, na Câmara de Vereadores de Porto Alegre,
nesta Cidade, pela qual tenho um carinho muito grande, tenho amor. Construí uma
história no Grêmio? Construí uma história no Grêmio, mas não só por isso fiz os
6.282 votos, mas por aquilo que eu falei antes, pelos quinze anos em que
trabalho dentro das Vilas Chapéu do Sul, Vila Pelim, Sarandi, com essas
crianças desassistidas; nunca chamei televisão, nunca chamei jornal para
mostrar, porque esse é um trabalho nosso, não adianta eu sair pelos cantos
reclamando que o Governo não faz, que o Prefeito não faz, que o Deputado não
faz, isso é mentira. Nós, sociedade, nós temos que assumir agora; nós,
Governantes, temos que assumir, se a gente quer um mundo melhor, quer uma
cidade melhor, nós temos que assumir isso, cada um de nós tem que dar um
pouquinho.
Eu sei que é muito pouco o que eu faço, quero
ampliar isso, quero buscar mais e me aprofundar mais sobre esse lado da
injustiça social, porque a gente sabe que ela existe, ela está aí na rua, e nós
precisamos ter uma Cidade mais tranqüila, mais calma, onde os nossos netos vão
viver e onde os nossos filhos vivem; esse é o meu desejo e a minha maior
motivação. Eu estou atento às demandas da nossa comunidade, eu vim aqui para
lutar por este povo, e vou lutar, vou lutar muito; eu quero que esta Casa aqui
seja a Casa do Povo, porque temos que ouvir este povo, lutar por este povo,
porque as pessoas me colocaram aqui dentro para ser a voz delas. Não só para
ser a voz, mas para lutar como eu lutei dentro do campo do Grêmio para que o
Grêmio fosse Campeão do Mundo, Campeão da Libertadores e Campeão Brasileiro.
Isso é o que eu penso. Quero ter certeza de que estarei votando sempre o
melhor, olhando para o desenvolvimento urbano, que é importante, sem abrir mão
do meio ambiente e da justiça social.
Eu, José Tarciso de Souza, estou aqui hoje muito
orgulhoso. Quero aprender, estou atento, e cada palavra dos senhores, caros
colegas, eu gravei, porque quero aprender muito, para que amanhã, no futuro, eu
possa ser um bom Vereador.
O Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Tarciso Flecha Negra, eu quero
cumprimentá-lo. Nós aprendemos todos os dias, e V. Exª, com humildade, diz que
quer aprender. Vai aprender, sim, porque nós todos aprendemos, mas poucos têm a
humildade de dizer o que está sendo dito por V. Exª agora. Meus cumprimentos,
sucesso. Saúde e PAZ!
O Sr. Pedro Ruas: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento do orador.) Quero fazer também o registro do PSOL no
sentido do que o Ver. Tarciso falou, como disse o Ver. João Dib, com muita
humildade, que tem que aprender. Todos nós precisamos aprender. Mas não tenha
dúvida, Ver. Tarciso, que V. Exª tem muito a ensinar, e a muitos desta Casa. Na
minha opinião, algumas lições começaram no dia de hoje com a sua humildade
expressa da tribuna. Parabéns! Bom trabalho!
O
Sr. Dr. Raul: V. Exª
permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Tarciso, é com muita
satisfação que vejo V. Exª nesta tribuna, porque acompanhei muito a sua
trajetória esportiva, uma vez que tivemos a oportunidade - eu, enquanto juvenil
do Grêmio - de treinarmos juntos. Lá se vão mais de cinco anos, eu diria. Eu
lhe desejo tudo de bom aqui na Casa, porque V. Exª é uma pessoa carismática,
que realmente se preocupa com o social e, com toda a sua ligeireza, com toda a
sua rapidez, com certeza, em seguida, já estará totalmente integrado às
questões da Casa e representando, como sempre representou na parte esportiva, a
nossa cidade de Porto Alegre.
O SR. TARCISO FLECHA NEGRA: Obrigado. Agradeço ao Ver. João Antonio
Dib, ao Ver. Pedro Ruas e a todos pelas palavras maravilhosas: a gente está
sempre aprendendo, a gente não sabe tudo. A cada dia que eu faço aula com os
meus “baixinhos”, eu aprendo alguma coisa: a sorrir, a ser feliz, porque eu
vejo como essas crianças são felizes. A criança, para mim, não é criança pobre;
a criança nunca teve dinheiro; a criança é rica porque tem saúde.
O Sr. Airto Ferronato: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Eu não poderia deixar de
registrar, somando-me às homenagens que a V. Exª se fazem agora, não um ato de
homenagem, mas de solidariedade a tudo o que representam de bom à sociedade de
Porto Alegre aqueles que aqui nasceram e aqueles que aqui vieram e que se
preocupam com as questões do Município. Eu não conhecia V. Exª pessoalmente,
apenas sabia e acompanhei sua capacidade no futebol. Mas o que V. Exª demonstra
e diz com relação aos “baixinhos” é alguma coisa que deve sensibilizar todos
nós, porque, na verdade, não se terá uma sociedade realizada e completamente
feliz enquanto tivermos “baixinhos” e “baixinhas” com dificuldades. Eu acho que
é uma luta de todos nós. Parabéns! E, se V. Exª quer e vai aqui aprender, eu
estou aprendendo, desde já, a importância dessa participação. Obrigado.
O
SR. TARCISO FLECHA NEGRA:
Sobre
o trabalho com as crianças, as pessoas às vezes se enganam dizendo que eu
“faço” jogadores de futebol. Eu não “faço” jogador de futebol, eu tento formar
o cidadão. Isso, para mim, é o importante! A primeira coisa que o meu pai fez
foi dar isto para a gente: nos formar cidadãos! Nós não tivemos herança, não
tivemos nada. Éramos cinco. Ele era puxador de minério para virar aço em Volta
Redonda e nos ensinou a ser humildes, respeitadores e companheiros. Isso é a
coisa mais importante da vida. E essa herança eu guardei, guardo até hoje no
coração! Então, eu não “faço” jogador de futebol, eu tento formar um cidadão,
mostrar o caminho bonito, o caminho da alegria, da glória. Hoje passo por muitos,
e há jogadores como o Pitbull, mas tem gente que trabalhou comigo em 1981 e que
hoje é grande Diretor na RBS, e isso é um orgulho muito grande para mim. Quero
agradecer, de coração, a todos. Obrigado por esse carinho que vocês têm comigo,
vou precisar muito de vocês para aprender, para que amanhã eu possa ser um bom
Vereador. E que Deus nos abençoe!
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Obrigado, Ver.
Tarciso.
O Ver. João Pancinha está com a palavra em
Comunicações.
O SR. JOÃO PANCINHA: Presidente
Adeli Sell, nobres Vereadores e Vereadoras, eu quero, nesta minha primeira
manifestação, chegando a esta Casa, dizer que é um orgulho muito grande estar
aqui representando a comunidade de Porto Alegre, defendendo seus ideais, seus
objetivos, representando o meu Partido, o PMDB, ao qual agradeço profundamente
a oportunidade que tem me dado, pois participei, nos últimos quatro anos, da
Administração do Prefeito Fogaça, no Departamento de Esgotos Pluviais. Tive a
oportunidade de conhecer bastante a cidade de Porto Alegre, as regiões do
Orçamento Participativo, a importância do OP para a nossa Cidade. Participei da
obra do Conduto Forçado Álvaro Chaves. O Partido tem me proporcionado esse
crescimento, essa evolução política, e quero aqui bem representá-lo, desejo
representar bem a comunidade de Porto Alegre nesta Casa, que é extremamente
importante, extremamente ágil e necessária a todos nós. Quero saudar os
funcionários desta Casa, sem os quais esta Casa não funcionaria da forma como
funciona.
Aqui faço um comentário. Desde que assumi, dia 1º,
as pessoas vem me perguntando por que “Pancinha”, e quero dizer que Pancinha é
sobrenome. Vários funcionários e amigos perguntam. Hoje mesmo fui perguntado e
quero dizer, então, que meu nome é Pancinha mesmo, Ver. Sebastião Melo, é João
Antonio Pancinha Costa.
Eu venho para a Câmara Municipal de Porto Alegre
com algumas preocupações. Sou da área tecnológica, sou engenheiro civil, e, sem
dúvida nenhuma, o que vai pautar a Câmara este ano é o Plano Diretor de
Desenvolvimento Urbano e Ambiental, e essa é uma Revisão que deve ser feita com
controle absoluto, com conhecimento da Cidade. Eu quero contribuir muito nesse
sentido, trazendo a minha experiência profissional, trazendo a minha
experiência no campo social, como rotariano que sou, Ver. João Antonio Dib,
trazer esse envolvimento que tenho com a comunidade, esse conhecimento
tecnológico que adquiri ao longo do tempo, desejo participar, realmente, dessa
Revisão do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano e Ambiental de Porto Alegre,
sabendo que é urgente que se faça essa Revisão, porque Porto Alegre precisa
estar preparada para daqui a 10, 15, 20, 30 anos, e isso passa pela Revisão do
Plano Diretor.
Sobre o Plano Diretor Viário: temos problemas
realmente de trânsito, temos problemas viários, mas nós, como Vereadores, como
representantes da comunidade, temos que ser parceiros e indicar os problemas
que existem na Cidade. E é nesse sentido também que venho defendo a questão de
situação e de oposição, Ver. Tessaro, companheiro de Governo nos últimos quatro
anos, defendo que o Parlamento, todas as entidades, clubes sociais, clubes de
serviços tenham situação e tenham oposição. É extremamente importante para que
esta Entidade seja oxigenada sempre, sempre e sempre. Agora, tem de ser uma
situação e uma oposição racional. Saúdo o pronunciamento do Ver. Pedro Ruas,
dizendo-se oposição, mas não aquela oposição por oposição. Então, ressalto a
importância que tem a oposição nesta Casa e também a intenção do Ver. Pedro
Ruas, na sua manifestação, no sentido de que vai propor projetos, vai
fiscalizar, mas será uma oposição consciente, uma oposição construtiva.
Nesta minha primeira manifestação, quero também colocar algumas questões em relação ao
Centro Popular de Compras, o nosso CPC, uma obra solicitada para a solução do
problema dos camelôs, dos vendedores ambulantes, em Porto Alegre há muitos
anos. Na Administração passada foi ungida a sua construção, que está para ser
inaugurada agora no próximo dia 15. Agora vou usar também as palavras do Ver.
Carlos Todeschini: parece-me que aquela área já era ocupada, há muitos anos,
como um terminal de ônibus. Há muitos anos já não era mais uma praça, mas isso
me parece... Eu vou trazer mais elementos, como a licença de instalação, vou
pesquisar, porque não podemos deixar passar em branco certas afirmações aqui.
O
SR. JOÃO PANCINHA: Obrigado,
nobre Ver. João Antonio Dib, pela sua contribuição extremamente importante.
Parece-me que, naquela época, também - parece-me, mais uma vez usando as
palavras do Ver. Carlos Todeschini -, não fora feita a desafetação da área.
O
Ver. João Carlos Nedel também colocou a questão das faixas de segurança.
Parece-me que nós temos que contribuir com a EPTC no sentido de alertar,
justamente, como fez o nobre Ver. Tessaro, a respeito das situações diárias que
aparecem na cidade de Porto Alegre. Nós, como representantes da comunidade,
temos o dever de fiscalizar e orientar, inclusive, o Executivo.
E
quero saudar uma defesa que o Prefeito Fogaça fez durante a sua campanha.
Saúdo-o, porque esta é uma bandeira que também defendo, defendo as causas
sociais e a parte tecnológica - questões extremamente importantes. E defendi
sempre a criação de um banco de projetos para a cidade de Porto Alegre, uma vez
que Porto Alegre hoje está com suas contas em dia, em condições, inclusive, de
obtenção de recursos internacionais. E essa é uma meta do Prefeito Fogaça, e
nós, como Vereadores e Vereadoras, temos o dever de contribuir para a criação
desse banco de projetos. Essa é uma bandeira que vou defender, porque é
extremamente importante que Porto Alegre se prepare para o futuro, e o futuro é
logo ali. Em 2014, nós teremos a Copa, mas temos que pensar muito além da Copa.
Precisamos chegar em 2020, 2030, mas sempre com o crescimento de Porto Alegre;
sou a favor do desenvolvimento de Porto Alegre com o cuidado em relação ao meio
ambiente. Isso é extremamente importante, mas temos que ter aquele “jogo de
cintura”, para que a gente possa acomodar as situações e para que, realmente,
Porto Alegre entre no circuito do desenvolvimento.
Não
usarei todo o meu tempo, mas quero dizer do meu orgulho, da minha satisfação em
ser representante da comunidade e em fazer parte deste Parlamento, em que
conheci várias pessoas, como o Ver. Adeli Sell, um grande parceiro que tivemos
quando da nossa estada no DEP, e quero dizer ao Ver. Tarciso que estou aqui
para aprender também. Mas pensamos o seguinte: ninguém sabe tanto que não possa
aprender, e ninguém sabe tão pouco que não possa ensinar. E devo dizer que
muitas vezes chorei pelas suas jogadas, porque o senhor fez muitos gols contra
o meu time, o glorioso Sport Club Internacional. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Obrigado,
Ver. Pancinha.
Eu
queria dizer aos Vereadores que a legislação municipal pode ser pesquisada no site
da Câmara e na nossa Biblioteca. No caso que foi citado, a Lei n° 002, de 06 de
julho de 1936, é que criou a Praça Rui Barbosa, mais dados podem ser
encontrados também na Wikipédia.
O
Ver. Waldir Canal está com a palavra em Comunicações.
O
SR. WALDIR CANAL: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, meus cumprimentos, gostaria de, em primeiro lugar,
neste primeiro dia usando a tribuna desta Casa, agradecer aos meus eleitores,
às pessoas que votaram em mim nessa eleição, às pessoas que votaram no Partido
Republicano Brasileiro, aos meus companheiros José Freitas, José Barros, Paulo
Alves; parabéns aos demais componentes da Frente Popular, pelo êxito, pelo
trabalho, pela dedicação que tivemos nessa eleição. Agradeço a todos que, de
uma certa forma, ajudaram na construção desse resultado.
Quero
dizer algumas palavras a respeito do Partido Republicano Brasileiro. Muitas
pessoas não conhecem o meu Partido, ele é novo aqui no Estado, tem dois anos de
formação, mas é um Partido que já tem algumas Lideranças importantes: é o
Partido de José Alencar, Vice-Presidente da República; nós temos presença no
Senado Federal com o Senador Marcelo Crivella; temos o Ministro Mangabeira e
vários Vereadores e Prefeitos espalhados pelo Brasil. No Rio Grande do Sul,
estamos presentes em aproximadamente duzentos Municípios, fizemos nessa eleição
cerca de vinte Vereadores.
O
Partido Republicano Brasileiro vem para esta Casa com a postura independente.
Nós estaremos encarando esse desafio aqui na Capital, Porto Alegre, com
bastante dedicação, queremos contribuir para o desenvolvimento da Cidade. Já
assumimos a responsabilidade da Presidência da CUTHAB e, aqui na Câmara, com
certeza, estaremos solicitando ajuda de vários Vereadores, exatamente por causa
dos temas que iremos enfrentar neste ano de 2009. Temos a questão o Plano
Diretor, que é um assunto que a nossa Comissão irá enfrentar; temos a situação
do trânsito. Quando cheguei hoje no plenário, havia um debate sobre o trânsito,
que é um problema recorrente. Existem muitas dificuldades em Porto Alegre, o
trânsito fica congestionado, mas, nesta época do ano, quando as pessoas vão
para a praia, o trânsito flui um pouco melhor. Como acontece nas demais
Capitais do Brasil, afora nesta época do ano, no período escolar, fora das
férias, é complicado, há uma deficiência, e nós precisamos buscar alternativas
para esse problema.
Quero
dizer que estaremos, juntamente com os nossos companheiros da CUTHAB, atuando
como facilitadores, dialogando com as Lideranças, fazendo visitas, para
podermos constatar ali, pessoalmente, a necessidade, a realidade de cada
situação. Neste momento, quero dizer para a população, para a comunidade de
Porto Alegre, que a nossa Comissão está à disposição. Realmente, queremos
trabalhar, despender os nossos esforços para buscar saídas aos problemas que aí
estão apresentados.
Quero
falar - bem rapidamente, Sr. Presidente, demais Vereadores - sobre a Ilha da
Pintada, uma comunidade que precisa da atenção do Poder Público. O Executivo
precisa atender às necessidades da Ilha da Pintada. Estarei defendendo todos os
bairros em Porto Alegre, mas hoje gostaria, na minha primeira fala, de falar
sobre a Ilha da Pintada. Ali nós temos um problema sério de atendimento médico.
Depois das 17 horas, não se pode ficar doente ali, tem que vir para Porto Alegre,
tem que ir para os Municípios vizinhos, pois o posto de saúde fecha, ou seja, é
um problema sério. Esses problemas nos foram trazidos durante a campanha
eleitoral, e este ano tem que ter um andamento, uma solução para essa situação.
Também há o problema do calçamento das ruas. Ali, às margens do rio, quando há
alagamento, a água entra nas casas, fica difícil de transitar. Enfim, estaremos
trazendo esses problemas, cobrando do Executivo ações no sentido de resolver
esse tipo de problema.
Com
relação à coleta do lixo, existem bairros, como o bairro Santa Rosa, no Parque
dos Maias, em que a coleta do lixo não funciona como deveria. Em alguns pontos,
o lixo está se acumulando. Estou relatando alguns dos problemas que temos
visto, queremos cobrar, sim, ações do Governo. A nossa postura aqui na Câmara
será basicamente nessa direção, apresentando os problemas, mas buscando
alternativas. O Partido Republicano Brasileiro agradece, eu, como Vereador,
agradeço também às pessoas que confiaram no nosso trabalho e nos elegeram para
esse compromisso. Muito obrigado e até à próxima.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Obrigado,
Ver. Waldir Canal.
O
Ver. Dr. Raul está com a palavra em Comunicações.
O
SR. DR. RAUL: A minha
saudação ao Ver. Adeli Sell, na presidência dos trabalhos; a todos os
Vereadores e Vereadoras desta nova Legislatura; a todos que nos assistem pelo
Canal 16. Eu inicio falando da minha satisfação de poder dar continuidade a um
mandato eletivo, agradeço à população da nossa Capital, àquelas pessoas que
novamente acreditaram em mim e no meu trabalho, no trabalho que fizemos de
apoio forte ao Prefeito Fogaça, para dar continuidade a esse belo trabalho que
vem sendo desenvolvido na cidade de Porto Alegre. E agora eu diria que com mais
força, com mais recurso, para que possamos atingir os objetivos que, como
cidadãos da Cidade, queremos para conviver, para ter a nossa qualidade de vida
melhorada.
Eu
gostaria de me referir, de maneira especial, às áreas da Saúde e do Meio
Ambiente, áreas as quais eu tenho me dedicado de uma maneira mais intensa,
dizendo que vou continuar na Comissão de Saúde e Meio Ambiente, que já tive
oportunidade de presidir nesta Casa. A gente, com um pouco mais de experiência
na Vereança, consegue fiscalizar melhor, consegue propor melhor as iniciativas
para a Cidade, consegue propor também projetos que realmente mudem a situação
de algumas questões importantes na nossa Cidade.
Eu
vou insistir, permanentemente, na questão do Centro de Planejamento Familiar da
cidade de Porto Alegre, porque acredito que é de extrema relevância.
Efetivamente, de maneira gratuita, as pessoas devem ter acesso a todos os
métodos de anticoncepção, inclusive, que aqueles casais que não podem ter
filhos hoje possam também ter acesso ao direito de ter a sua prole. Temos nos
empenhado muito nisso, já temos uma lei sancionada nesse sentido pelo Prefeito
Municipal José Fogaça, e queremos, realmente, fazer isso se materializar o mais
breve possível na cidade de Porto Alegre. Para isso, com certeza, tenho a
convicção de que vamos ter, como já tivemos, a parceria dos colegas da
Legislatura anterior, porque é importante para a Cidade, é importante para a
qualidade de vida de todos nós, que as pessoas realmente tenham aqueles filhos
que possam criar, que possam educar e que possam dar uma vida digna, para que
tenhamos uma realidade social melhor para todos e uma possibilidade de
convivência mais segura, mais tranqüila, com mais emprego, com melhor habitação
e mais saúde para todos. É muito importante a continuidade da minha intenção de
fazer com que o planejamento familiar se efetive na cidade de Porto Alegre.
Na
área da Saúde, eu tenho um Projeto que vem de mais de um ano, em que estamos
trabalhando fortemente junto a vários níveis de ação, seja Município, Estado ou
União, para trazer a Porto Alegre, efetivamente, as UPAs - Unidades de Pronto
Atendimento - 24 horas. Para quê? Para que a nossa Cidade possa, eficazmente,
atender a seu cidadão, a sua cidadã. Assim como colocou agora há pouco o Ver.
Canal aqui nesse microfone, nós temos uma deficiência muito grande na área da
Saúde Pública que vem de trinta anos. Inclusive, no Governo anterior do
Prefeito Fogaça, conseguimos quase dobrar os Programas de Saúde da Família na
Cidade, que trazem prevenção, que trazem atendimento. Eu, por exemplo,
trabalhei muitos anos na Ilha da Pintada, nas ilhas do Guaíba, assim como foi
citado aqui pelo Vereador que me antecedeu; lá, realmente, apesar de ter sido
ampliado muito, apesar da parceria do Hospital Moinhos de Vento, que dá um
aporte importante ao Sistema de Saúde Público das ilhas, nós precisamos de um
atendimento que vá além das 17 horas, pois o pessoal fica muito desatendido
após esse horário.
E
temos pensado em quatro UPAs para a cidade de Porto Alegre. Isto já foi
assinado - verba em torno de 12 milhões para o Estado - pelo Ministro Temporão
e pelo Secretário Osmar Terra no início de dezembro. Estamos tentando agilizar
esse processo, para que essas unidades de 24 horas façam a intermediação, o
meio-campo, como diria o nosso colega Tarciso, para que as pessoas não vão
direto das Unidades Básicas, dos PSFs, para os hospitais, superlotando nossas
Emergências hospitalares, como realmente temos na nossa Cidade. Quem conhece a
Emergência do Hospital Conceição, do Hospital de Clínicas, que fazem um
trabalho hercúleo, um trabalho de grande magnitude, sabe que muitas vezes há
pessoas sentadas, pessoas em macas que não conseguem leito - é complicado.
Precisamos
desse tipo de ação. A nossa proposição é que seja colocada pelo menos uma na
região Humaitá/Navegantes; uma na Zona Sul, junto ao Hospital Parque Belém, que
tanto solicita a questão do pronto-socorro; uma junto ao Centro Vida, na Av.
Baltazar de Oliveira Garcia, para atender toda aquela população da Zona Norte -
o Eixo Baltazar também é de extrema relevância -, e no Partenon, também uma
área muito desassistida na nossa Cidade. Agora o Partenon está sendo
contemplado depois de uma luta de muitos anos, a que nós nos somamos durante o
mandato, com a municipalização efetiva do atendimento médico no Centro de Saúde
Escola Murialdo, com suas sete Unidades de Saúde da Região, que agora vão tomar
uma dimensão maior na área da assistência médica, pois a elas vão se somar
novas Unidades de Saúde. Nós vamos ter, com certeza, um atendimento muito
melhor para a Zona Leste da Cidade, para essas, no mínimo, oitenta mil pessoas.
O
Sr. Waldir Canal: V. Exª
permite um aparte? (Assentimento do orador.) Eu gostaria de cumprimentá-lo,
Vereador, sabendo que o senhor é um conhecedor da área, é um profissional da
área. Quero dizer que estarei sendo parceiro do senhor nessas idéias. Já me
coloco à disposição para ser um aliado nessa luta que está empreendendo. A
nossa função aqui - eu vejo que o senhor a defende brilhantemente, quero me
aliar a ela também - é ajudar a Prefeitura no sentido de melhorar as condições
de saúde, as condições de saúde da família. Então, parabenizo o Vereador pela
sua fala e me coloco à disposição.
O
SR. DR. RAUL: Eu
agradeço o aparte. Com certeza, vai ser importante a sua participação, porque
nós temos convicção do seu trabalho, também muito direcionado às populações
mais pobres da nossa Cidade, onde a gente “entra”, muitas vezes, através da fé,
que também salva muitas pessoas. Não é a Saúde que salva; a gente, mexendo com
a fé das pessoas, faz com que elas reforcem a sua imunidade, através do
pensamento positivo, através da crença, através da fé - isso é muito importante
para que se consiga atingir os objetivos de uma maneira maior.
Eu
queria aproveitar o momento para parabenizar agora aqueles que assumiram, no
Grupo Hospitalar Conceição, a Presidência e todos os cargos da Associação dos
Servidores. Estive presente lá há dois dias; é uma Associação muito importante,
pela qualificação do Grupo, de seus quase oito mil funcionários, e é muito
importante que haja uma luta conseqüente do pessoal da Associação para que as
coisas aconteçam. Nós que estamos aqui sabemos bem: a gente acha que as coisas
acontecem por acaso, mas elas não acontecem por acaso. E quem está na questão
pública sabe que - agora plagiando uma frase do Ver. Sebastião Melo - “Governo
é que nem feijão, só funciona na pressão”. Então, precisamos realmente
pressionar e ajudar o nosso Governo para que as coisas aconteçam com maior
agilidade, com maior brevidade, com menos burocracia, porque é importante a
gente fazer as coisas bem feitas, bem controladas, mas menos burocráticas.
Acho
que cada um de nós tem muito, dentro do seu perfil, a dar para a cidade de
Porto Alegre. Acho que vai ser uma Legislatura muito profícua a todos nós e,
principalmente para aqueles que colocaram de forma consistente uma
representação forte, uma representação qualificada aqui na nossa Câmara
Municipal. É a isso que nos somamos, e, em especial, desejando a todos os
colegas que assumiram, aos mais antigos, aos mais novos um excelente mandato e
que realmente todos nós dignifiquemos aquela força, aquele voto de todo
cidadão, de toda cidadã que, naquele momento da intimidade de cada um, que é o
momento do voto, o momento da urna, um momento muito especial, muito pessoal...
E acreditamos que temos aqui a responsabilidade e a competência para realmente
darmos seguimento, para que a nossa Cidade progrida, vá bem em todos os campos,
que juntos façamos as coisas acontecerem de uma maneira reta, de uma maneira
honesta, digna, que é o que todo cidadão, hoje, espera da nossa política, da
nossa atuação na área pública. Muito obrigado e saúde para todos.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Tarciso Flecha Negra):
A Verª Sofia Cavedon está com a palavra em Comunicações.
A
SRA. SOFIA CAVEDON: Sr.
Presidente, Ver. Tarciso, a quem cumprimento e desejo sucesso no mandato;
estendo meus cumprimentos aos demais novos Vereadores que ensaiam aqui na
Comissão Representativa. Queremos ser solidários a vocês, porque já fomos
Vereadores de primeiro mandato e sabemos o quanto o microfone assusta; é o
espaço novo, os novos desafios...! Contem conosco, porque, afinal, esta Cidade
elegeu V. Exas, tem grande expectativa com vocês. Sabemos como nos
angustiamos para dar esse retorno à Cidade, inclusive para mostrar o que se
está fazendo.
Queria,
neste final de manhã, trazer um tema que sei que o Ver. Todeschini já trouxe,
mas quero ampliar a denúncia. Eu fui anteontem, em função da chuva, instada
pelos ambulantes a comparecer no “campilódromo”, para ver a água que estava
entrando lá. Estamos acompanhando essa obra há um ano, ela iniciou sem licença
de instalação e foi se ajustando aos poucos. Já havia começado quando o Governo
anunciou os estacionamentos no terceiro andar, que, pela licitação, era para
ser o refeitório e o espaço administrativo para os funcionários. Denunciamos ao
Ministério Público e questionamos, como são 230 boxes de estacionamento, o
valor extraordinário que estes dariam para quem concorreu não contando com
isso, ou para os que não concorreram, que não sabiam desse recurso enorme que
poderia advir dos boxes de estacionamento.
E
isso era uma burla importante à licitação e foi resolvido, porque o Ministério
Público chamou a Prefeitura e a fez assinar um Termo de Compromisso. Hoje os
estacionamentos foram construídos pela empresa, mas ela vai ser compensada com
três anos a mais de concessão da área, e quem vai gerenciar o estacionamento,
quem terá o retorno do recurso do estacionamento será a Prefeitura Municipal de
Porto Alegre. Será um recurso muito importante e significativo, poderá,
inclusive, ser reinvestido em outros centros populares, em outros ajustes para
o comércio ambulante.
Esse
foi um dos ajustes na caminhada. Na verdade, não há um fechamento, são vãos por
onde entra chuva, entra vento, entra o ruído e a poluição dos ônibus que vão
circular embaixo. Nós achamos que serão condições muito ruins para os
ambulantes, que vão ficar lá o tempo inteiro, e para a população também, que
vai circular lá em cima. Agora, com as chuvas, percebeu-se também que está mal
organizada a vazão da água, que entra pelas beiradas, podendo atingir as
mercadorias, as pessoas, acabando com o conforto que é oferecido para quem sai
da rua.
Mas
o que me surpreendeu mais ainda foi a propaganda colocada na fachada do
camelódromo sobre a Av. Júlio de Castilhos, que é a principal avenida do Centro
da cidade de Porto Alegre. Já sofreu, na minha opinião, uma intervenção ruim
com uma passarela limitando a altura, mas, mais do que isso, surpreende-me uma
propaganda de refrigerante já na fachada da Av. Júlio de Castilhos, quer dizer,
na mão dos carros, na mão única, uma baita propaganda! Ou seja, o empreendedor
está comercializando áreas para propaganda. E mais: logo abaixo da propaganda,
há uma faixa dizendo: “Últimos espaços à venda”, comercializando espaços dentro
do camelódromo. (Mostra a fotografia.)
Ora,
esses espaços que estão sendo comercializados, desde o ano passado vínhamos
denunciando, e questionei à Prefeitura, levantei o assunto ao Ministério
Público, porque, para ganhar a licitação, a empresa Verdicon teve de apresentar
um Estudo de Viabilidade Econômico-financeira. Essa empresa investiu catorze
milhões e, depois, mais dois ou três milhões para os estacionamentos, e
apresentava, nesse Estudo de Viabilidade, a maneira como recuperaria os
recursos em 25 anos. E para recuperar o recurso que lá no final, no 25° ano,
vai dar 47 milhões - é recurso investido, juro, correção, custo operacional,
lucro -, está tudo previsto aqui, dá mais ou menos de receita, ao ano, três
milhões... Fazendo uma conta só sobre o custo do boxe de camelô, que são 800
boxes, em média de 400 reais ao mês, dariam 320 mil/mês e, ao ano, 3 milhões e
800 mil. Estão dizendo que essa receita é flexível, que nem todos os camelôs
irão pagar, que nem todos os boxes estarão preenchidos todo o tempo, mas,
colocando por três milhões, pelo Estudo de Viabilidade Econômico-financeira, e
a média de arrecadação anual é de três milhões para a recuperação de investimento,
para lucro, etc, etc, só os boxes dos camelôs resolvem o Estudo de Viabilidade
Financeira.
Todo
o resto - os pontos de farmácia, de banco, de lancheria, que estão aqui
anunciados, e que ainda há ponto à venda -, tudo é lucro extra para a empresa
que está usando a área pública. E, para a minha maior surpresa, há propaganda
nas laterais do empreendimento, propaganda em cima da grande avenida central da
Cidade. Ela é agressiva, não tem estética nenhuma, não tem cuidado
arquitetônico, para termos uma bonita paisagem, ser atrativa, termos beleza na
Cidade.
Além
de não ter esse cuidado... Mais do que isso: há um volume de recursos que a
empresa está arrecadando para além do que foi fechado com a Prefeitura. Eu
tenho questionado isso no Ministério Público, ao Secretário da SMIC; estive em
reuniões no final do ano passado com a Secretaria Clênia Maranhão, na qual o
Governo me afirmou que, depois do conjunto da comercialização, iria rever o
Estudo. Por quê? Porque, no mínimo, os boxes dos camelôs podem ser mais baratos.
Há ambulantes, senhoras que compram num dia o tecido e vendem, no outro dia,
uma roupinha, um abrigo, e elas não têm condições de pagar o custo dos boxes. E
o que está muito claro é que a empresa vai arrecadar muito recurso e com esse
recurso poderia fechar as laterais, porque estão todas abertas, onde vão ficar
os boxes dos camelôs. Em cima também é tudo aberto; o que está fechado é área
de alimentação, é área que está sendo comercializada para empreendedor que não
é camelô.
Eu
fui avaliar os processos - tenho uma pasta enorme com dados, porque acompanho
isso há um ano e meio -, e o processo de licitação feito pela Prefeitura é
claro: toda cedência de espaço no camelódromo tem de ter autorização da
Prefeitura, e eu acredito que inclusive a propaganda - porque é uma parceria
pública-privada estabelecida a partir de uma licitação, então tem um equilíbrio
financeiro “x”... Se é para um empresário depois ser superbeneficiado, isso já
mostra improbidade administrativa, isso traz beneficiamento, é enriquecimento
ilícito, é um tratamento desigual dos empresários ou do certame, é burla do
certame. Então, eu acionei o Ministério Público, porque a Prefeitura tem de
prestar contas do conjunto dos recursos que o empresário está angariando com
aquela área do camelódromo. Porque, no mínimo, nós vamos exigir melhores
condições para os ambulantes; no mínimo, vamos exigir que tanto o espaço físico
esteja mais adequado aos valores dos boxes, que sejam mais baixos, acessíveis e
populares.
O
que nós queremos - diferente do que muita gente acha - é que dê certo o
camelódromo. Também sonhamos com os ambulantes num lugar humanizado, num lugar
protegido, e que as pessoas, de fato, vão lá e comprem mercadorias mais
baratas. Agora, para as mercadorias serem competitivas e mais baratas, os
custos para os ambulantes para estarem naquele lugar têm de ser baixos. E hoje
- está nas minhas contas, não sou professora de Matemática, não sou engenheira
- está sobrando dinheiro, a empresa vai ter um sobrelucro, porque o lucro já
está previsto no Estudo de Viabilidade. Então, é possível melhorar as condições com as quais
os ambulantes ingressarão lá no camelódromo: melhorar as condições de
climatização, de proteção das chuvas, de ruídos e facilitar o acesso e o custo.
Muito obrigada, Ver. Tarciso Flecha Negra. Faço esse apelo, esperamos que o
Ministério Público sensibilize o Governo. Obrigada pela atenção de vocês.
(Não revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Tarciso Flecha Negra): Obrigado. Não
há mais inscritos. Estão encerrados os trabalhos da presente Reunião.
(Encerra-se a Reunião às 12h06min.)
* * * * *